Segundo apurou o jornal OPAÍS, em 2024, a empresa registou uma frequência de 200 navios de cabotagem e de longo curso e um tráfego de 14 mil teus (contentores) movimentados.
Em relação ao tráfego de passageiros, 123 mil pessoas se movimentaram de Cabinda para o resto do país e vice-versa, asseguradas por 328 viagens de catamarã, bem como registou 410 navios movimentados no terminal marítimo de passageiros.
O actual porto, construído na década dos anos 1950, tem dificuldade de receber navios de grande porte, o que obriga os barcos com mercadorias com destino à província a recorrerem aos portos de Lobito, Luanda, Ponta-Negra e de Malabo para o transbordo da carga.
A governadora de Cabinda, Suzana de Abreu, visitou a empresa para avaliar o nível do seu funcionamento, bem como a sua capacidade e prontidão para responder às necessidades da província.
De acordo com a governadora Suzana de Abreu, o transbordo que se faz nos outros portos em arredores acaba por dificultar a implementação do Regime Especial Aduaneiro, que muito poderia beneficiar de forma indirecta as populações com a redução dos custos de transportação, o que iria reflectir no baixo preço dos produtos da cesta básica e no poder de compra dos cidadãos.
Segundo a governadora de Cabinda, para que a implementação do regime aduaneiro especial para Cabinda seja uma realidade é fundamental que os importadores tenham a capacidade de trazer as suas mercadorias desde o ponto de origem até ao destino final sem necessidade de utilizar o transbordo.
“O transbordo que temos que fazer noutros portos acaba por dificultar a implementação desse regime aduaneiro especial que muito poderia beneficiar de forma directa as nossas populações”, referiu. Durante a visita, Suzana de Abreu assistiu ao processo de embarque e desembarque de 25 toneladas de mercadorias de produtos diversos provenientes do município do Soyo para Cabinda.
“Assim, caí por terra a retórica que as pessoas querem criar de uma forma muito negativa de que não há transporte de mercadorias do Soyo para Cabinda”, considerou a governadora de Cabinda. Com o encerramento do porto fluvial de Kimbumba, a Secil Marítima colocou à disposição da província dois navios de carga (Soyo e Tômbua) para transportar mercadorias do município de Soyo para Cabinda.
Suzana de Abreu deu nota positiva ao Ministério dos Transportes pelo empenho que este tem feito para a conclusão das obras do quebra-mar, de modo que o referido projecto possa cumprir na realidade o objectivo social pelo qual foi projectado.
“Temos confiança de que ainda este ano teremos as operações do Porto de Cabinda a funcionar a partir do momento em que estejam concluídas as operações de dragagem em curso.” No quadro dos esforços que o Executivo tem levado a cabo para atenuar a descontinuidade geográfica da província de Cabinda com o resto do país, Suzana de Abreu destacou a construção do terminal de águas profundas do Caio e o quebra-mar, dois investimentos que vão dar mais valências ao porto de Cabinda e permitir que se façam as operações de forma ordeira e legal.
Assoreamento
As operações portuárias estão, neste momento, condicionadas devido ao trabalho de assoreamento que decorre junto à pon- te-cais do porto. De acordo com o presidente do conselho de administração do Porto de Cabinda, José Kuvingua, conforme vão evoluindo os trabalhos de dragagem, vai-se obtendo mais espaço que possibilita a atracação das barcaças na rampa.
O objectivo do assoreamento, segundo referiu, é permitir o uso do cais do quebra-mar em toda sua dimensão para facilitar a atracação de navios de maior dimensão e calado, até 200 metros, ou então, permitir a acostagem em simultâneo de dois navios na ponte-cais.
“Isto vai possibilitar aos importadores terem a sua mercadoria em Cabinda sem a necessidade de transbordo nos portos tradicionais como Lobito, Luanda, Ponta- Negra e Malabo e, com isso, reduzir o frete e, na sequência final, a redução dos preços dos produtos para as populações”, concluiu.
POR:Alberto Coelho, em Cabinda