Paula Bartolomeu esclareceu que estas plataformas devem existir para o bem das famílias camponesas, uma vez que 80 por cento da produção agrícola em Angola tem sido executada por estes produtores.
Sustenta que são as famílias que mais beneficiam com o surgimento e implantação destas plataformas, servindo para armazenamento, conservação e, posteriormente, a comercialização dos produtos nos diferentes mercados.
A responsável destaca que as plataformas logísticas desempenham um papel central em relação à soberania alimentar, na medida em que o meio permite absorver a produção nacional, sendo que ao mesmo tempo garante a qualidade dos produtos, bem como criação de reservas de alimentos para períodos de escassez.
As plataformas logísticas exercem, igualmente, o fortalecimento do agronegócio, o escoamento da produção, o que segundo Paula Bartolomeu promove o acesso a novos mercados. Este sistema incentiva a inovação, contribuindo para a estabilização de preços, bem como a facilitação do processo para certificação dos produtos. “80 por cento da produção agrícola em Angola é feita pelos produtores familiares e são eles que mais precisam para armazenar, conservar e comercializar com dignidade os seus produtos”.
Por ocasião do 2º Conselho Técnico dos Sub-sectores da Aviação Civil, Marítimo e Portuário, Paula considerou uma plataforma logística como sendo uma coluna do agro-negócio que vai garantir que 40 por cento do que se produz seja aproveitado, incentivando ainda mais o aumento da produção agrícola.
Refere que uma plataforma logística é capaz de assegurar a produção nacional, diminuir perdas e garantir a dignidade dos produtos que chegam à mesa dos consumidores, em algum momento com a redução significativa de qualidade.
“Em grande parte das vezes devido às condições de armazenamento, conservação, transportação e outros factores”, explicou. De acordo com a representante da RNPL, os desafios ao nível do agronegócio são transversais e resultam em perdas significativas para o sector primário, destacando-se limitações ao nível da agregação e armazenamento, transporte e distribuição.
No âmbito do plano de desenvolvimento da logística, foram destacadas 22 Plataformas Logísticas, mas numa primeira fase foram priorizadas seis, com a da Caála (Huambo) a servir de projecto piloto das demais.
Além da Caála, estão previstas para a primeira fase a construção das PL da Arimba (Huíla), Lombe (Malanje), Luau (Moxico), Luvo (Lunda Norte) e Soyo (Zaire).
Participação no Palácio das Nações
Uma delegação da Agência Reguladora de Certificação de Carga e Logística de Angola (ARCCLA) participa, desde ontem, na 11ª sessão plurianual de peritos em transporte marítimo, logística, e facilitação do comércio, que decorre no Palácio das Nações, em Genebra, Suíça, sob a égide da Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
O evento tem como tema principal o “Transporte Marítimo em Tempo de Múltiplas Crises” e reúne vários Estados-membros e especialistas dos sectores público e privado para a partilha de experiências e debate de soluções, visando responder a disrupção provocada por conflitos geopolíticos e factores climáticos nas cadeias de abastecimento globais.
De acordo com a responsável da ARCCLA, essas infra-estruturais de frio oferecem um serviço de armazenamento a temperatura e humidade controladas, com o objectivo de reduzir as perdas pós colheita, que podem variar de 30% a 50%, na ausência de armazenamen- to adequado. “Também vão aumentar o rendimento dos pequenos agricultores em até 100%, por via da melhor conservação e estabilidade no preço de venda dos seus produtos”, referiu.
A ARCCLA avançou ainda que as infraestruturas da solução intermédia estão programadas para dar uma resposta mais imediata às necessidades de armazenamento de bens de pequenos e grandes produtores.
POR:Adelino Kamongua