O sector mineiro na província do Huambo, especificamente a exploração de terras raras no município de Longojo, poderá ser um dos principais beneficiários com a implementação da Plataforma Logística da Caála
Abre-se a oportunidade para a exportação do minério para o Reino Unido em contentores, via Porto do Lobito, e a importação de produtos químicos para este sector na província. Existe também potencial para novas instalações de mármore e granito com a abertura de novas mi- nas na zona central do país. Outro dos sectores que poderá beneficiar com a implementação da Plataforma Logística da Caála, segundo o Governo, é a agricultura, pois esta infraestrutura logística está projectada para ser um centro de distribuição centralizado no Huambo.
Uma das províncias com maior produção agrícola do país, principalmente de cereais, leguminosas e oleaginosas e produtos hortícolas, o Huambo poderá estar aliviada no escoamento de seus produtos para as demais regiões do país. Jogará um papel importante também na exportação de frutas e no desenvolvimento do futuro cluster de abacate que está a ser criado na região em colaboração com importadores holandeses. Lançada a primeira pedra neste Sábado, 9, pelo ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, a Plataforma Logística da Caála tem o arranque de operações previsto para início de 2025.
No primeiro ano de funcionamento, deverá receber entre 250 mil e 300 mil toneladas de mercadorias, volume que, em dez anos, poderá ascender a perto de 500 mil toneladas. A infra-estrutura localiza-se entre as Estradas Nacionais EN120 e EN260 e está estrategicamente localizada ao longo do reabilitado Corredor do Lobito. Um terminal ferroviário construído de raiz, servirá de plataforma inter- modal para a região e terá capacidade para servir comboios com até 50 vagões.
Pela Plataforma da Caala passarão matérias-primas para a indústria com origem em Luanda e no Porto do Lobito, e com destino ao leste do país (Luena) e à República Democrática do Congo. Entre esta mercadoria, contam-se fertilizantes, cimento ou insumos de agro-processamento (materiais de embalagem, entre outros). Esta infraestrutura faz parte de um conjunto de seis infra-estruturas estratégicas incluídas na primeira fase de implementação da Rede Nacional de Plataformas Logísticas, que prevê a instalação de 21 pontos logísticos similares em todo o país até 2038.