A manutenção dos poços antigos vai, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), causar uma redução considerável. E sublinha que Angola arrasta-se em África. Entretanto, Kambo pode abrir boas perspectivas para este ano.
O projecto da Agência Internacional de Energia (AIE) considera que a produção petrolífera de Angola “arrasta-se em África” e terá a maior queda até 2023 a seguir à Venezuela, descendo em média de 370 mil barris por dia (21,8%), para 1,29 milhões. De acordo com o relatório ‘Oil Market Report’, a que a Lusa teve acesso, a queda do segundo maior produtor africano de petróleo deve- se “ao envelhecimento dos poços petrolíferos, que perdem fulgor, e aos investidores externos que face às perspectivas relativamente pouco competitivas, perdem entusiasmo”.
O documento, com o título ‘Angola arrasta-se em África’, diz que “os poços petrolíferos em águas ultra-profundas precisam de contínuos melhoramentos e desde que a produção atingiu o pico de quase 1,9 milhões de barris por dia em 2018, desde então tem sido uma luta para suster os declínios, com os projectos mais caros a serem adiados ou abandonados”. Mesmo a produção dos novos poços em 2016, como a Mafumeira Sul, operado pela Chevron, ou o da Eni, em 2017, “foi anulada pela queda de produção em campos mais maduros”.
Com base neste factores, os peritos da AIE consideram que a capacidade de produção angolana deve ter um pequeno impulso em 2018 devido ao projecto Kaombo, da Total, o último a ser aprovado antes da queda dos preços do petróleo, em meados de 2014, que deve começar a bombear petróleo ainda este ano. O documento da AIE citado pela Lusa refere ainda que Angola está quase dependente do petróleo para alimentar a sua economia, lembrando ainda que em Novembro de 2017 o Presidente João Lourenço nomeou uma nova administração na Sonangol como parte da sua aposta para reanimar o investimento estrangeiro.
Produção em 2018
De acordo com as previsões desta agência, Angola vai bombear 1,65 milhões de barris de petróleo por dia este ano (o mesmo que no ano passado) e depois começará a cair para 1,60 milhões em 2019, descendo ainda mais para 1,56 no primeiro ano da próxima década. Nos últimos dois anos das previsões, 2022 e 2023, a produção de petróleo em Angola vai continuar a cair para 1,39 e 1,29 milhões de barris diários, o que coloca a queda entre 2017 e 2023 nos 370 mil barris diários.