Companhia brasileira, que já teve operação em Angola, produz mais de 2 milhões de barris por dia e prevê chegar aos mais de 3 milhões na próxima década. Apenas espera oportunidade para voltar a operar no país
A petrolífera brasileira Petrobras deve voltar a investir em Angola, como informou o director executivo daquela empresa, Joelson Falcão Mendes, durante a sua participação no Fórum Económico Angola-Brasil, que aconteceu recentemente em Luanda. O responsável, que falava no painel dedicado à transição energética, acrescentou que a Petrobras já esteve em actividade em Angola, por isso conhece o mercado e sabe das suas potencialidades. Assim sendo, garantiu o interlocutor, basta que as condições estejam criadas e que surja a oportunidade para que a Petrobras volte a operar em Angola.
A Petrobras tem um modelo de distribuição de pontos parecido ao usado por Angola, conforme revelado por Joelson Falcão Mendes. A entidade, que chega agora aos 70 anos desde a sua fundação, tem estado a fazer avanços no sentido de agredir cada vez menos o ambiente com a sua actividade. A Petrobras tem no seu registo a capacidade de produção actual fixada em mais de 2 milhões de barris por dia e pode chegar aos 3 milhões de barris na próxima década.
75% da energia proveniente de gás natural até 2050
A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) apresentou uma perspectiva daquilo que deve ser a exploração do sector até 2050, onde se destaca o facto de maior parte da exploração ser de gás natural, contrariamente ao que acontece actualmente. Os dados do regulador do sector mostram que até 2050 cerca 75% da exploração será de gás natural, posicionando-se como o maior elemento a ser explorado, materializando uma verdadeira viragem para a actividade menos agressivas ao ambiente.
Por outro lado, as expectativas da ANPG apontam para uma fatia de 10% para a exploração petrolífera, contrariamente aos números actuais que colocam Angola como segundo maior produtor do continente. Assim, segundo os dados avançados, Angola prepara-se para um novo capítulo na sua trajectória de exploração petrolífera, que começou em 1950 e atingiu o pico em 2008, como avançado pela entidade reguladora. Uma história também marcada pela acumulação de papeis por parte da Sonangol, até a altura em que cedeu parte da responsabilidade, nomeadamente a de regulação, à ANPG.
POR: Ladislau Francisco