O Parque Nacional do Iona, situado na localidade do Pediva, município do Tômbwa, província do Namibe, recebeu em mais de um ano mais de 6.600 turistas entre nacionais e internacionais que visitaram aquela reserva natural, tendo permitido a arrecadação de cerca de 37 mil dólares americanos.
Os dados foram avançados pelo CEO da Organização Não Governamental African Parks, Pedro Menterroso, durante a visita que o Presidente da República, João Lourenço, efectuou ao local, tendo dito que o valor arrecadado corresponde a um por cento de todo o investimento feito pela sua organização no Parque Nacional do Iona.
O ambientalista Pedro Menterroso disse que estes valores poderão ser ultrapassados com a intervenção que está a ser feita pelo governo angolano em parceria com a Organização Não Governamental sul-africana, African Parks.
Tais intervenções, conforme o responsável, traduz-se no repovoamento de algumas espécies que, de alguma maneira, terão abandonado o território nacional e refugiaram-se em alguns países vizinhos, como a Namíbia e a África do Sul e na construção de equipamentos de apoio ao Parque, cuja primeira fase permitiu a construção de raiz da primeira sede, avaliada em 2,5 milhões de dólares americanos.
“Os Parques bem geridos permitem uma série de benefícios para a sociedade, incluindo as comunidades locais, permitem um desenvolvimento económico e social podendo ser o motor de crescimento económico através do ecoturismo”, sublinhou.
Acrescentou que os parques nestas condições permitem ainda a geração de emprego, incentivando o desenvolvimento de infra-estruturas locais, ter ecossistemas saudáveis, sendo que a protecção eficaz destes ecossistemas garantem a preservação da biodiversidade e os seus serviços de ecossistemas essenciais para a saúde do planeta e do ser humano.
Ainda na senda da boa gestão dos Parques Nacionais, Pedro Menterroso revelou que o Parque Nacional do Iona sofreu vários desafios e ameaças que o afectaram na sua conservação, desde a limitação de recursos a que esteve entregue por muito tempo e as acções humanas, no processo de coabitação homem-animal.
“A limitação de recursos que afectou o Parque Nacional do Iona durante anos anteriores conduziu a uma série de desafios que resultaram na degradação progressiva do ecossistema, o uso desregular do território, a ocupação de áreas destinadas à conservação e à degradação ambiental, foram apenas algumas das consequências deste cenário preocupante” afirmou.
A par das situações preocupantes acima descritas, o CEO da African Parks apontou ainda a caça furtiva e o abate indiscriminado de árvores e arbustos pelas populações locais como um dos males a combater para a preservação desta reserva natural.
“Uma ameaça que normalmente não se pensa, mas que é grave no nosso contexto, é o cruzamento de gado doméstico resultando em ameaça às nossas populações, à proliferação dos animais domésticos, com destaque para burros que resultam na sua reprodução com as zebras.
Esta hibridação pode levar à perda de pureza entre as espécies, comprometendo a sua adaptação ao ambiente natural e a capacidade de sobrevivência a longo prazo” afirmou.
Por: João Katombelna, enviado ao Namibe