Numa semana, e após ter registado progressos excepcionais em Janeiro, o preço do barril de petróleo caiu quase três dólares, pressionado por um novo marco na produção norte-americana e empurrado pela queda das bolsas mundiais.
O preço do barril de petróleo foi arrastado ao pânico que abanou no início desta semana as principais bolsas mundiais, levando que o preço do barril de Brent caísse, numa semana, de cerca de USD 70 para pouco mais de USD 67. Ontem, a meio da tarde, em Luanda, o preço do barril deixava a casa dos USD 66 em que caíra, sendo negociado no intervalo USD 66,55/USD 67,58.
O sinal de alarme foi dado pela subida das taxas de juro norte-americanas, na sequência do aumento do emprego nos Estados Unidos, riscos de inflação e a quebra dos principais índices de Wall Street, a maior em seis anos e meio, facto que praticamente coincidiu com a investidura de Jerome Powell, que substitui Janet Yellen, como novo presidente da Reserva Federal (Fed), o banco central dos EUA.
O Dow Jones Industrial Average entrou em queda súbita na segunda parte da sessão, e em menos de uma hora, superou os 500, 1000 e 1.500 pontos perdidos. No seu nível mínimo, chegou a cair acima de 10%, em relação ao nível recorde estabelecido em 26 de Janeiro. Transmitida em directo pelas televisões, a descida captou em Nova Iorque a atenção dos transeuntes, constatou um jornalista da AFP. Após uma pequena recuperação no final da sessão, o Dow Jones acabou a perder 4,61%. O índice tecnológico Nasdaq, por seu lado, perdeu 3,78%, e o alargado S&P500, que representa as maiores 500 empresas cotadas nos EUA, cedeu 4,11%. Ontem, a meio da tarde em Luanda, tanto o Dow Jones como o Nasda q continuavam a registar perdas, embora menores, e S&P 500 recuperava ligeiramente.
O presidente norte-americano, Donald Trump, que vinha acenando com a alta bolsista como um trunfo da sua governação – ainda recentemente o fez na cimeira de Davos – já reagiu à forte queda bolsista em Wall Street, assegurando que está mais preocupado com os ‘fundamentos’ da economia dos EUA, que continuam a ser ‘excepcionalmente fortes’. A produção de crude dos Estados Unidos superou os 10 milhões de barris/dia em Novembro, pela primeira vez em mais de 40 anos, segundo dados divulgados pelo departamento de informação da administração norte-americana para a energia. A quebra verificada nos mercados bolsistas, que torna os investidores mais cépticos quanto à possibilidade da procura por crude neutralizar os efeitos do aumento da produção norte-americana sobre a oferta da matéria-prima, associada à apreciação do dólar, fragiliza o equilíbrio no mercado petrolífero.