O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo disse, ontem, em Luanda, que o ano de 2023 encerrou com uma taxa diária de produção de cerca de 1 milhão e 90 mil barris de petróleo, bem como o aumento da taxa de substituição para garantir a manutenção dos níveis de produção acima de 1 milhão de barris por dia
O governante que falava durante a mensagem de ano novo, sublinhou que durante o ano findo continuaram a ser desenvolvidas acções visando a implementação da Estratégia de Exploração de Hidro- carbonetos 2020-2025 e da Estratégia de Atribuição de Concessões Petrolíferas 2019-2025.
“Em 2023 foram licitados 12 Blocos do Onshore das Bacias do Baixo Congo e Kwanza, testemunhamos a adjudicação da Área de Concessão do Novo Consórcio de Gás, foram aprovados, renegociados e assinados Contratos de Ser- viços com Risco e de Partilha de Produção para diferentes Blocos”, lembrou.
Diamantino Azevedo salientou que ainda em 2023 deu-se início ao estudo da Bacia do Etosha- Okavango como parte do processo de avaliação do potencial de hidrocarbonetos das Bacias Sedimentares do Interior de Angola.
Paralelamente, a ANPG iniciou, e deverá finalizar este ano, uma proposta de Projecto de Produção Incremental, que visa estabelecer os mecanismos para reverter o declínio da produção, incentivando os Operadores a implementarem projectos considerados não viáveis economicamente hoje através de um pacote legal e fiscal próprio.
Produção de gás
Em relação à produção de gás, o ministro disse que em 2023 constituiu um marco significativo o arranque da construção das instalações do Projecto Novo Consórcio de Gás, assim como a inauguração da fase 2 da Unidade de Recepção e Distribuição de Gás “Falcão”, localizada no Soyo, com capacidade de tratamento de mais 50 milhões de pés cúbicos de gás por dia.
“No total, o projecto dispõe de uma capacidade total de tratamento e transporte de 125 milhões de pés cúbicos de gás por dia, que é de grande importância para o país que prevê a criação de uma Indústria de Gás”, disse. Entre outros projectos, o novo consórcio poderá fornecer gás à futura Fábrica de Amónia e Ureia que está a ser construída no Soyo, numa parceria entre a Sonangol e o Grupo Opaia.
Refinaria de Cabinda
No âmbito da refinação, Diamantino Azevedo apontou a continuidade dos projectos de construção das Refinarias de Cabinda, Soyo e Lobito, sendo que foi projectada a finalização da construção da primeira fase da Refinaria de Cabinda no final deste ano, assim como a formalização do início da construção da Refinaria do Lobito.
Ainda no balanço que fez sobre as actividades desenvolvidas no ano passado, o dirigente destacou o aumento da capacidade de armazenagem e a melhoria do sistema de abastecimento de combustíveis. Em 2023, disse, prosseguiu-se com a construção do Terminal Oceânico da Barra do Dande e de outros projectos que visam o aumento da capacidade de armazenagem de combustíveis em terra, a nível nacional.
Saída da OPEP
Na parte final do seu discurso, Diamantino Azevedo voltou a justificar as razões que estiveram na base da saída de Angola da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), tendo dito que a decisão do Governo não foi uma reflexão de última hora. “Há já algum tempo fomos apresentando algumas preocupações devido a factos pontuais e finalmente em Dezembro, vendo que esta Organização já não atendia aos valores e interesses de Angola, nomeadamente sobre a tomada de decisões por unanimidade e o estabelecimento de quotas de produção que põem em questão as nossas reais capacidades e necessidades de produção, tomamos a decisão de apresentar o pedido formal para a retirada do nosso país a partir de 1 de Janeiro de 2024”, disse.