Este montante, segundo o documento, foi essencial para cobrir despesas no valor de 138,5 milhões de kwanzas, resultando numa margem bruta de 26,3 milhões de kwanzas. “A arrecadação foi um passo crucial para garantir a sustentabilidade da Ordem e assegurar a execução de projectos fundamentais”, aponta o documento.
Os gastos detalhados incluem 72,2 milhões de kwanzas destinados à regularização de salários em atraso e despesas correntes dos funcionários. Houve também investimentos significativos na infra- estrutura da academia da OCPCA, com obras de manutenção no valor de 23,7 milhões de kwanzas para melhorar as condições das instalações, que incluem sistemas eléctricos, canalização, e reparos em casas de banho.
A OCPCA enfrentou desafios financeiros complexos, como a dívida com o Banco Económico, referente à aquisição da academia, que supera os 700 milhões de kwanzas após dois anos de inadimplência. O relatório aponta que foi destacada uma equipa para negociar a reestruturação desse crédito, evitando que a academia seja dada como garantia de pagamento.
Além disso, a Ordem tem dívidas tributárias pendentes com a Administração Geral Tributária (AGT), que incluem obrigações fiscais relacionadas ao IRT e IVA, sendo necessário responder a uma notificação formal.
O controlo orçamental tem sido um dos pilares desta gestão, segundo o relatório, a OCPCA implementou um sistema de monitoramento rigoroso para alinhar as despesas com o plano estabelecido, identificando desvios e tomando medidas correctivas.
A presidente salientou que o objectivo é alcançar estabilidade financeira sem comprometer os serviços prestados aos membros. Outro foco recai sobre a academia da OCPCA, que esteve inoperante devido a problemas nos equipamentos e falta de manutenção. Mais de 700 estagiários aguardavam pelo reinício do Estágio em Ambiente Controlado (EAC), que foi possível graças à aquisição de novos computadores e à recuperação de equipamentos avariados.
Foram comprados portáteis para a área administrativa e financeira, num investimento de 4,8 milhões de kwanzas. O projecto de digitalização do exame nacional de admissão, programado para 16 de Dezembro, também é uma prioridade.
A OCPCA precisa mobilizar cerca de 400 computadores e preparar várias salas de exame, com o apoio de membros voluntários que se com- prometem a garantir o sucesso do evento. Administrativamente, a OCPCA tem tomado medidas para reorganizar suas operações e melhorar as relações com instituições estatais e internacionais.
A contratação de consultoria jurídica e a aprovação do orçamento para o quadrimestre de Setembro a Dezembro foram passos importantes. Além disso, a OCPCA reatou contratos de segurança para proteger os bens da academia, destacando- se os equipamentos de alto valor que são essenciais para o funcionamento das actividades formativas.
A direcção tem trabalhado para fortalecer a cooperação com o Banco Mundial e desenvolver programas de formação contínua em parceria com a Administração Geral Tributária e a Unidade de Informação Financeira.
As formações abordam temas como o combate ao branqueamento de capitais e a actualização em normas internacionais de contabilidade. Apesar das adversidades, a nova gestão da OCPCA, de acordo com o relatório, mantém-se optimista.
“Unir a Classe e Transformar a Ordem” é o lema que norteia as acções da direcção, que visa não apenas a recuperação financeira, mas também o fortalecimento da representatividade da profissão a nível nacional e internacional.
POR:Francisca Parente