O desempenho económico do ano que acabou surpreendeu os analistas e pulverizou as suas melhores perspectivas. Espera-se que o que está a começar prossiga esta tendência positiva, com as principais economias industrializadas a consolidarem o ritmo de crescimento e as emergentes ou mais dependentes do preço das matériasprimas a melhorar a sua situação
A economia mundial terá outro bom ano em 2018, excedendo, pela primeira vez, em 2017, as perspectivas dos analistas desde a crise financeira de 2009. O banco Goldman Sachs antecipa mesmo um crescimento de 4% do produto global do ano que está mesmo à porta, uma projecção que vai ao encontro das efectuadas em Outubro pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Há contudo receios de que o ritmo de recuperação desça ligeiramente na segunda maior potência mundial, a China, e nos países cujas economias se encontram mais dependentes da chinesa.
Já a América Latina deverá, pelo contrário, crescer mais que este ano. Em África também prosseguirá a recuperação, após o choque que atingiu as economias exportadoras de matérias-primas ter travado o ritmo de evolução do continente em 2016. Mas, 2017 já foi melhor, com os défices nas contas públicas a diminuirem na generalidade dos países.
A quebra no preço dos matérias-primas atingiu sobretudo as econo o mias do continente muito assentes na sua exportação, tendo as restantes economias prosseguido uma rota de crescimento, mas o desempenho global do continente ressentiuse. O Banco Mundial estima que, devido às reformas introduzidas em muitos sectores e à relativa recuperação do preço das matériasprimas, a economia do continente terá crescido 2,6% em 2017 e deverá crescer 3,2% no ano prestes a começar.
A recuperação que se observa, desde 2016, no preço das matériasprimas, e que deverá continuar em 2018, os ajustamentos macro-económicos introduzidos em muitos países e a preocupação das autoridades em melhorar o ambiente de negócios, deverão continuar a atrair investimento directo estrangeiro (IDE), a mais importante fonte de financiamento externa do continente. Em 2017 o investimento directo estrangeiro terá ascendido a USD 57,5 mil milhões, sobretudo graças aos fluxos financeiros oriundos do Médio Oriente e da Ásia, um valor que deverá ser superado em 2018.
As iniciativas de integração regional continuarão a aprofundarse no continente. Apesar delas, nas duas últimas décadas, os países africanos abriram mais as economias a países fora do continente, tendo o valor das trocas com o resto do mundo quadruplicado. Em 2018, o reforço da integração, a eliminação de barreiras internas e fronteiriças ao comércio intra-africano e a diversificação das economias serão pontos que figurarão no topo das agendas.
Onde investir em África?
O Rand Merchant Bank faz, todos os anos, um ranking dos países africanos mais ‘apetecíveis’ para investir. No que respeita a 2018, que apresenta interessantes alterações nas posições relativas dos países habitualmente mais atractivos, Angola continua a não estar presente entre os ‘dez mais’. A instituição promotora do índice com base no qual são listados os mais interessantes destinos africanos para o investimento, começa por alertar que o continente poderá colocar-se à beira do desastre caso continue a assentar as suas economias nos habituais fundamentos (muito ligados à exportação de matérias-primas) e não acelere o passo em direcção à diversificação económica. A maior novidade de ‘Onde Investir em África 2018’ reside no facto de Nigéria e Argélia terem deixado de figurar entre os ‘dez mais’ do índice, passando a ocupar a 13ª e 15ª posições, respectivamente. Por outro lado, Etiópia e Ruanda subiram três e quatro lugares respectivamente. A África do Sul, outro facto notável, desce da primeira para a segunda posição, cedendo a liderança do índice ao Egipto, que se assume assim como o destino mais atractivo para o investimento no continente.
os ’10 mais’ para o investimento
1. Egipto
2.África do Sul
3.Marrocos
4.Etiópia
5.Gana
6. Quénia
7. Tanzânia
8.Ruanda
9.Tunísia
10.Cote d’Ivoire