O navio oceanográfico de investigação científica Baía Farta, que se encontrava em reparação, no exterior, volta hoje, 4 de Abril, ao país, depois de superadas as anomalias detectadas durante a primeira prova (teste) de mar feita, em 2021.
O anúncio feito em exclusivo a OPAÍS pela ministra das Pescas e Recursos Marinhos, Carmen dos Santos, numa entrevista cujas principais abordagens serão divulgadas nas próximas edições deste jornal. “Nós temos a grata novidade de anunciar que o barco já está no mar. Ele deve chegar dia 4 deste mês.
Fizemos as provas em Cape Town e correram bem”, disse, acrescentando que vem com uma equipa de engenheiros que trabalhou na superação das anomalias. No dia seguinte, 5 de Abril, Carmen dos Santos adiantou que o navio realizará um cruzeiro científico de cinco dias, com objectivo de validar o funcionamento dos guinchos nas águas angolanas, uma vez que a temperatura, salinidade e correntes são diferentes das águas sul-africanas.
Nos cinco dias de cruzeiro científico, estarão a bordo, também, engenheiros da empresa construtora do navio para acompanhar ‘in loco’ qualquer anomalia que possa surgir. Dentro do programa da entrega do navio, ficou acordado que a manutenção do grupo de geradores será efectuada pela empresa construtora, após a realização do cruzeiro.
“Tenho fé que desta vez vai dar tu- do certo e inclusivamente uma das inconformidades que foi completamente conseguida, a do guincho, que por renegociação foi colocado um cabo novo”, disse Carmen dos Santos. Inoperante desde 2021 Após a sua chegada ao país, a embarcação foi submetida à primeira fase de testes/provas do mar, decorrida de 1 a 8 de Abril de 2021, nas águas oceânicas nacionais e internacionais, para aferir a superação das inconformidades e avarias detectadas ao longo do percurso Roménia (país de origem)/Angola, um ensaio que foi bem-sucedido.
Na sequência, o Baía Farta efectuou o seu segundo cruzeiro científico em Angola, em Julho de 2021 uma operação que foi suspensa, por tempo indeterminado, para afinação/calibragem de equipamentos periféricos do navio. Essa anomalia surgiu após o primeiro cruzeiro de arrasto demersal (pesca de espécies no fundo do mar, como os esparídeos, corvinas, roncadores, garoupas e outras tipologias de cardume de interesse comercial), realizado de 25 de Maio a 3 Junho de 2021, na Região Norte do país.
No entanto, desde 2021 até à presente data, o aparelho continuou parado para reparação das referi- das inconformidades. Com um comprimento de 74,1 metros, o navio angolano tem capacidade para embarcar 51 pessoas (29 tripulantes e 22 cientistas) e uma autonomia de 29 dias em mar.
O navio, orçado em cerca 80 milhões de dólares, dispõe de uma sala acústica, quatro laboratórios, um ginásio, camarotes duplos, cozinha, área de serviço com 15 monitores de comando e três computadores para o comando do Sonar (aparelho electrónico utilizado, geralmente, na navegação naval para medir a distância entre a superfície da água e o fundo marinho).