O navio oceanográfico de investigação científica Baía Farta, que se encontra em reparação na África do Sul, vai ser entregue ao Governo de Angola em Abril de 2024, depois de superadas as anomalias detectadas durante a primeira prova (teste) de mar feita no país, em 2021
O anúncio foi feito ontem, Terça-feira, em Luanda, pela ministra das Pescas e Recursos Marinhos, Carmen dos Santos, durante a reunião Regional da Comissão de Monitorização, Controlo e Fiscalização da Pesca da SADC.
“Felizmente, o navio oceanográfico está na fase final da conformação das inconformidades que tinha e até Abril ele estará cá, portanto, daqui a um mês”, garantiu.
A ministra Carmen dos Santos disse que o navio tinha um problema da sonda, necessário para fazer as medições ambientais, mas que já foi sanado e brevemente estará no país para dar resposta às preocupações que fez com o Governo o mandasse construir.
O navio científico mantém-se atracado em Cape Town, na África do Sul, onde a empresa responsável (Damen) pela reparação tem o seu estaleiro.
Inoperante desde 2021 Após a sua chegada ao país, a embarcação foi submetida à primeira fase de testes/provas do mar, decorrida de 1 a 8 de Abril de 2021, nas águas oceânicas nacionais e internacionais, para aferir a superação das inconformidades e avarias detectadas ao longo do percurso Roménia (país de origem)/
Angola, um ensaio que foi bem sucedida.
Na sequência, o Baía Farta efectuou o seu segundo cruzeiro científico em Angola, em Julho de 2021, uma operação que foi suspensa, por tempo indeterminado, para afinação/calibragem de equipamentos periféricos do navio.
Essa anomalia surgiu após o primeiro cruzeiro de arrasto demersal (pesca de espécies no fundo do mar, como os esparídeos, corvinas, roncadores, garoupas e outras tipologias de cardume de interesse comercial, realizado de 25 de Maio a 3 Junho de 2021, na Região Norte do país.
No entanto, desde 2021 até à presente data, o aparelho continua parado para reparação das referidas inconformidades. Com um comprimento de 74,1 metros, o navio angolano tem capacidade para embarcar 51 pessoas (29 tripulantes e 22 cientistas) e uma autonomia de 29 dias em mar.
O navio, orçado em cerca 80 milhões de dólares, dispõe de uma sala acústica, quatro laboratórios, um ginásio, camarotes duplos, cozinha, área de serviço com 15 monitores de comando e três computadores para o comando do Sonar (aparelho electrónico utilizado, geralmente, na navegação naval, para medir a distância entre a superfície da água e o fundo marinho).