Mais de 25% dos pequenos negócios activos são liderados por mulheres, sendo que apenas 17,6% são de homens, como mostram os dados do Banco Nacional de Angola e Instituto Nacional de Estatística ligados à literacia financeira
Os dados evidenciam a pouca apetência dos homens para os negócios e indicam que 58,2% dos angolanos que não criou qual- quer negócio são homens, contra 43,5% que são mulheres. Os dados apontam para o facto de 49% das pessoas com mais de 15 anos terem um negócio, informações que evidenciam igualmente o facto de 22% destes negócios estarem activos.
Sinalizam que as pessoas estão a seguir o repto do empreendedorismo, muito plantado pelo Executivo, mas ao mesmo tempo apontam que os jovens angolanos vão buscando na criatividade, natural ou forçada, resposta ao alto nível de desemprego e sub- emprego que se regista no país. Acresce a isso que boa parte destes empreendedores têm emprego, ou seja, mais da metade dos que são proprietários de um negócio têm o salário como principal fonte de renda.
Chamado a falar sobre o tema, o economista Albino Francisco disse que a análise a esses da- dos depende de como se prefere olhar para eles. “Podemos ver o copo meio cheio, na ideia de que somos criativos e queremos sempre mais, mesmo tendo emprego, ou que temos uma população com noção da necessidade de diversificação da carteira”, explicou.
O especialista acrescentou que “ou podemos ver o copo meio vazio, a ideia de que não temos alternativa senão criar negócio, mesmo sem saber bem o que é ter um negócio. Sendo que a coisa que está má, que mesmo quem trabalhe se vê obrigado a isso.” Os dados avançados apontam que cerca de 53% da população tem menos de 18 anos, sendo que 60% destes tem mesmo uma fonte de renda.
POR: Ladislau Francisco