A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) convocou para o 22 de Janeiro, na cidade do Lobito, em Benguela, a segunda reunião do Comité de Ministros dos três Estadosmembro do Corredor do Lobito, nomeadamente Angola, República Democrática do Congo (RDC) e Zâmbia – dá conta uma nota do Ministério dos Transportes de Angola, a que este jornal teve acesso.
No evento, vai ser inaugurada a sede da Agência de Facilitação de Transporte de Trânsito do Corredor do Lobito (AFTTCL), localizada no Lobito, província de Benguela. Essa segunda reunião do comité urge numa altura em que a Comissão Europeia vincou, recentemente, uma vez mais, compromissos de investimentos no projecto do corredor do Lobito (CL).
A chefe da Comissão Europeia para a África Austral e Oceano Índico, Sylvie Millot, ressaltou que o CL é uma das prioridades da União Europeia na região austral.
Nesta perspectiva, Bruxelas não tem o projecto apenas como um corredor de transporte de mercadorias, mas vê nele potencialidades económicas capazes de promover o desenvolvimento de toda África Austral, em particular, e do continente africano, no geral.
Neste diapasão, a responsável, que falava à imprensa, depois de uma audiência que o governador de Benguela lhe concedeu, sublinhou, de resto, ser intensão dos europeus desenvolver todas as áreas, na perspectiva da promoção do crescimento económico, desembocando na criação de emprego para os jovens.
De modo que a agricultura seja como que um dos «pilares», para o qual se prevê destinar importantes somas financeiras. Sylvie Milot sustenta, porém, que há mais áreas pré-definidas para lá da já anunciada agricultura.
Energia e formação profissional são, entre outros segmentos, nos quais se prevêem desenvolver outras dinâmicas que, volta-e-meia, vão surgindo a nível da SADC. “E muitos outros sectores.
O saneamento, as pescas e outros domínios que são importantes aqui, na região. Estamos muito satisfeitos com esta reunião (com o governador), percebemos que estamos perfeitamente alinhados com as prioridades do governo provincial e, por isso, deixa-nos muito satisfeitos”, realça, ao mesmo tempo que assume o compromisso de voltar muitas vezes ao Lobito e a outras regiões para ver de perto o desenvolvimento do projecto do CL.
Milot salienta que, à margem da visita de Estado que o Presidente João Lourenço efectuou à França, foram promovidas uma série de reuniões cujo mote foi justamente o corredor do Lobito, tendo resultado na assinatura de três importantes convenções de financiamento, no valor de 76 milhões de euros, para as áreas da formação profissional, promoção dos investimentos e do comércio, bem como para as de protecção ambiental e biodiversidade.
“São projectos que vamos desenvolver agora nos próximos anos. A nossa prioridade agora é focarnos no desenvolvimento do corredor do Lobito”, refere, ao sinalizar que a União Europeia é um dos signatários do memorando de entendimento assinado entre Angola, República Democrática do Congo, Zâmbia e os Estados Unidos da América, inicialmente, daí que a sua instituição esteja 100 por cento engajada «nesse importante projecto, e é uma das nossas prioridades».
Nunes pisca para cadeias de valor na agricultura
Por sua vez, o governador de Benguela, Nunes Júnior, afirma que a intenção do Governo é o de transformar o CL num pólo de desenvolvimento capaz de atrair investimentos para criar emprego e melhores salários para as pessoas.
O governante manifesta-se, pois, satisfeito com o facto de as projecções do governo terem sido também partilhadas pelas autoridades europeias, de tal maneira que apresentaram um conjunto de áreas que podem ser desenvolvidas.
“Um deles, eu destaco aqui, é (são) as cadeias de valor na área da agricultura. É extremamente importante fazermos com que tenhamos aqui, na nossa região, uma agricultura desenvolvida, baseada em tecnologia avançada que nos possa fazer com que os nossos níveis de produtividade aumentem e aumentemos a nossa contribuição na produção agrícola, não só da região, mas do nosso próprio continente“, projecta Nunes Júnior.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela