Diamantino Azevedo, que se encontra de visita a Cabinda para constatar “in situ” o grau de cumprimento do cronograma de execução do projecto, adiantou que a partir de Janeiro de 2025 começam os testes que vão levar ao comissionamento dos produtos com as especificacões devidas à sua comercialização. “É a partir desse momento que pensamos tomar a decisão da inauguração do projecto”, referiu.
O ministro reconheceu haver atrasos na conclusão das obras devido a factores “ endógenos e exógenos”, mas garante que, depois de se fazerem alguns reajustes no cronograma das actividades, os trabalhos decorrem, agora, a um rítmo satisfatório e de acordo com o que está previsto.
O governante, que manifestou satisfação quanto ao nível de execução das obras de construção da Refinaria de Cabinda, afirmou que, neste momento, com o cronograma ajustado e apesar de todas dificuldades “podemos assegurar que há trabalho e não há falta de empenho quer dos investidores quer da Sonangol e do governo provincial de Cabinda.”
Segundo apurou o jornal OPAÍS, o nível de execução física da empreitada está na ordem dos 61% e a financeira está cifrada em 74 por cento.
Actualmente, segundo Diamantino Azevedo, estão engajados na obra mais de 2 mil e 500 trabalhadores, 90% dos quais são angolanos, que estão agora empenhados na conclusão das obras no perímetro interno que suporta todas as infra-estruturas de apoio à refinaria.
Para além da componente interna, o projecto, em si, comporta a parte externa que vai assegurar o transporte do crude da base de Malongo até às instalações da refinaria e destas para o processo de exportação.
Depois de visitar o projecto da Refinaria de Cabinda, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás deslocou-se ao campo petrolífero de Malongo para apurar o nível de desenvolvimento das infra-estruturas, em construção, que vão servir de suporte para o envio de petróleo bruto para a refinaria, bem como a plataforma South Ndola, que faz parte do desenvolvimento referente aos campos marginais.
Descrição do projecto
A refinaria de Cabinda, orçada em USD 400 milhões, tem como accionista a empresa Gemcorp (90%), contando com a comparticipação da Sonangol (10%), representada pela subsidiária Sonaref, responsável pelas operações de refinação em Angola. O projecto comporta três fase de execução.
Na primeira, a refinaria vai processar cerca de 30 mil barris/dia, transformando petróleo bruto em gasóleo, Jet-1, óleo e nafta. Quando concluídas as três fases, a sua capacidade de processamento irá duplicar para 60 mil barris por dia.
O projecto está a ser implementado numa área de 313 hectares na planície de Malembo, a norte do campo petrolífero do Malongo e muito próximo do terminal oceânico de Cabinda.
O processamento do crude será assegurado por duas unidades, uma de destilação atmosférica e outra de adoçamento de quero- sene, que vão permitir a obtenção de produtos refinados como a nafta, jet-1, gasóleo e o óleo combustível pesado.
Na fase 2, o principal objectivo é duplicar a capacidade de processamento da refinaria e iniciar a produção de gasolina e gás butano.
A fase 3 tem como finalidade, melhorar a qualidade dos produtos da refinaria com a instalação de unidades de tratamento e aumentar, ainda mais, a capacidade de produção de refinados como a gasolina e o gasóleo.
A refinaria de Cabinda está dividida em três principais áreas de construção, nomeadamente a refinaria propriamente dita, que comporta as unidades de processamento, o parque de armazenagem para o crude e produtos refinados e todas as suas infra-estruturas de suporte, bem como a parte do offsite e o offshore.
Para o fornecimento de crude a partir do terminal do Malongo será instalada um ‘pipe line’ (linha de transporte) e para a exportação dos produtos refinados como o jet-1, gasóleo, oleo e nafta será criado um corredor que partirá da refinaria até ao terminal oceânico de Cabinda.
“Chegando à estação de bombagem da refinaria de Cabinda, teremos para o offshore a instalação de duas linhas, uma de nafta e outra para óleo combustível pesado, a instalação de uma monoboia convencional de amarração com capacidade de atracar embarcações de até 75 mil toneladas métricas.
A infra-estrutura terá ainda a capacidade alternativa de importar crude para a refinaria e também levar gasolina para o terminal oceânico de Cabinda.