O ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, desafiou ontem, Segunda-feira, os operadores económicos a investirem na produção de insumos para a indústria de bebidas, a fim de se criar maior integração, considerando que existe um grande potencial no país, mas que é preciso despertar
José de Lima Massa- no, que falava durante o encontro entre o Executivo e a Associação das Indústrias de Bebidas de Angola, sublinhou que a conversa com os operadores da indústria das bebidas foi no sentido de continuar a fazer o caminho da produção nacional, realçando que o país tem de ser capaz de continuar a reunir energia, conhecimento e, capacidades financeiras para garantir maior crescimento do sector.
O ministro de Estado diz que não é possível continuar a fazer crescer a indústria de bebidas se não for por incorporação, destacando que haverá sempre componentes a serem importados, como os equipamentos, peças e alguma matéria-prima. “No sector de bebidas não alcoólicas não temos produtores a transformarem fruta em bebida e importamos sumo de laranja. Não faz sentido um país com as potencialidades que tem Angola”, disse. Assim sendo, continuou, “desafiamos outros operadores a entrarem para a cadeia produzindo os insumos que o sector da indústria da bebida consome para maior integração, pelo facto de existir um potencial imenso, mas que é preciso despertar”, apelou.
De acordo com o responsável, o sector faz apenas uso de 30% da capacidade de produção, salientando que a economia está estruturada ainda numa lógica das importações. Realçou que existe um trabalho a ser feito para que até no final do corrente ano haja soluções facilitadoras para as exportações. “A necessidade interna está praticamente cuidada, mas há uma oportunidade para exportar”, explicou.
Queda de 30%
Queda de 30% O presidente da Associação das Indústrias de Bebidas de Angola (AIBA), Manuel Sumbula, disse que as indústrias de bebidas registaram uma queda de 30%, fruto dos constrangimentos e o fraco poder de compra da população. O responsável referiu que o encontro serviu para encontrar sinergias do ponto de vista operacional, bem como nas políticas implementadas pelo Executivo para reduzir a queda na produção. “A indústria de bebida é robusta e tem um excesso de capacidade. No entanto, é necessário um denomina- dor comum para impulsionar a exportação”, disse.
De igual modo, foram apresentadas propostas para minimizar os custos na importação e permitir maior fluidez na exportação, sendo que a diplomacia económica deve ser implementada a nível de alguns países, para abordar o que se faz em Angola e ter os produtos acicularem com grande satisfação. “De forma tímida já estão a ser feitas algumas exportações de bebidas, mas há necessidade de aumentar, daí maior incentivo para as exportações, concretamente a redução da taxas e impostos ”, explicou.
Em relação ao desemprego acentuado no sector, Manuel Sumbula salientou que, nos últimos quatro anos, o sector empregava 14 mil pessoas de forma directa e hoje conta com 10 mil, sendo que quatro mil pessoas ficaram no desemprego. Para o também empresário, a ideia passa por olhar para alguns factores e conjugar para aumentar a produção, para garantir mais i postos, empregabilidade e os empresários sentirem que podem fazer mais investimentos. Actualmente, a Associação das Indústrias de Bebidas de Angola controla 54 empresas dívidas em oito categorias.