A ministra das Pescas e Recursos Marinhos, Carmen dos Santos, reconheceu ontem, em Luanda, que o sector da pesca artesanal não se encontra a funcionar dentro dos princípios desejados, tendo recomendado para a necessidade de se olhar com bastante atenção às pequenas embarcações no combate à pesca ilegal, no sentido de repor o melhor funcionamento
“Neste momento, a pesca artesanal está a passar por um período atípico, existe um crescimento exagerado das autorizações que a lei permite de pesca, com alguma inovação, mas, acima de tudo, com um grande perigo para as pessoas, e o sector artesanal preocupa-nos, porque se está a actuar sem as regras necessárias de preparação para o exercício”, admitiu.
A ministra Carmen dos Santos reconheceu que, no exercício da pesca, tem havido uma maior atenção para os grandes barcos que actuam no mar.Assim sendo, recomendou para a necessidade de se olhar com atenção às pequenas embarcações, pelo facto de também exercerem as mesmas actividades.
“A pesca é um sector complexo (…), e no sector da pesca artesanal, em função do não licenciamento, nós queremos trazer organização no momento, antes do registo e não registo, nós queremos repor a legalidade e respeito pela vida”, admitiu.
Para a dirigente, interessa desenvolver a sustentabilidade, sublinhando que a pesca artesanal faz parte de um todo que a economia angolana oferece. Interessa ainda olhar para a população que conta com a pesca artesanal no seu quotidiano, para levar o peixe fresco à mesa.“Nós queremos que o melhor peixe fresco seja pescado da melhor maneira e com uma melhor tecnologia, dentro dos locais autorizados, e fazer com que as pessoas saibam como exercer a actividade”.
Trabalha-se desde ontem em colaboração com uma equipa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) o processo de formação em Gestão de Projectos Empresariais e Associativos dirigido a 30 representes de diversas organizações ligadas aos micronegócios na pesca artesanal.
A responsável pela unidade de desenvolvimento da economia sustentável do PNUD, Carla Serrão, explicou que a colaboração com o ministério das pescas, através da formação de gestão de projectos empresariais e associativos, enquadra-se no âmbito da economia azul.
POR:Adelino Kamongua