A confiança no mercado de capitais permanece robusta, com mais de 73% da comunidade financeira a expressar um alto nível de confiança nas actuais práticas e operações, revela um recente inquérito conduzido pela Comissão do Mercado de Capitais (CMC)
Os resultados, apresentados durante o evento “Panorama do Mercado de Capitais”, em Lu- anda, destacam a resiliência do mercado diante dos desafios económicos, gerando optimismo para as perspectivas futuras, em 2024. A administradora Executiva da CMC, Nádia Pinto, enfatizou que a confiança demonstrada não apenas valida as práticas consolida- das, mas também ressalta a robustez do Mercado de Capitais.
Explicou que este voto de confiança assume uma importância crucial não apenas nas projecções, mas também na expressão do optimismo e das preocupações dentro do sector, desempenhando um papel fundamental na economia angolana. Nádia Pinto instigou a colaboração, inovação e compromisso conjunto para impulsionar um futuro financeiro mais sólido e próspero para Angola, destacando a necessidade de participação activa na nova dinâmica do Mercado de Capitais.
A administradora da CMC fez saber que, no âmbito do processo de transição do modelo de funcionamento do mercado de capitais, em que as instituições financeiras bancárias deixam de desenvolver actividades e serviços de investimento para dar lugar às instituições financeiras não bancárias.
O mercado, continuou, conta com 157 entidades registadas, onde se destacam sete sociedades correctoras e nove sociedades distribuidoras de valores mobiliários, cujo papel é vital para a facilitação e dinamização das transacções que impulsionam a Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA). A pesquisa, direccionada a diversas entidades financeiras, oferece uma visão abrangente das percepções, expectativas e preocupações do mercado para 2024.
Secretária de estado destaca transição dos bancos
A secretária de Estado para o Orçamento e Investimento Público, Juciene de Sousa, sublinhou a transição das instituições bancárias para actividades exclusivas de sociedades correctoras e distribuidoras de valores mobiliários registadas na CMC. A governante considera que o evento contribuirá significativamente para uma melhor compreensão do que está reservado para 2024. Juciene de Sousa afirmou que passou a prevalecer no mercado angolano uma mudança paradigmática na abordagem financeira global, numa indicação da importância atribuída às ponderações de sustentabilidade no uni- verso dos investimentos.
A secretária de Estado prestou esta informação ao intervir num acto realizado para homenagear os primeiros líderes da Comissão do Mercado de Capitais (CMC), António da Cruz Lima e Archer Mangueira. Juciene de Sousa disse valorizar os níveis de confiança manifestados pelos participantes no mercado, por constituir-se num indica- dor de confiança a percepção optimista das perspectivas futuras.
“O voto de confiança expresso pela comunidade financeira, além de validar as práticas consolidadas, destaca a resiliência e a robustez do mercado de capitais diante das dinâmicas e desafios do cenário económico actual”, disse. O evento também prestou homenagens, reconhecendo o pioneirismo do primeiro presidente interino da CMC, António da Cruz Lima, e destacando o papel fundamental do BAI e do BFA no mercado secundário e em contas CEVAMA.
POR: Francisca Parente