João Lourenço, que discursava na 4ª edição da Angotic-2024, explicou que apesar deste índice relativamente baixo de penetração da Internet em África, regista-se com agrado, nos últimos anos, um crescimento significativo do número de utilizadores deste meio e que é superior à média de outros continentes.
Disse, igualmente, que o crescimento registado tem sido possível graças aos investimentos feitos pelo Governo, sobretudo, nas infra-estruturas básicas, na formação de quadros assim como no empenho e comprometimento dos operadores.
De entre as infra-estruturas fundamentais que passaram a reforçar o backbone nacional, João Lourenço destacou a expansão da rede de fibra óptica terrestre afirmando que está em preparação a instalação de cerca de mais 2.000 Km, a adesão de Angola ao cabo submarino de fibra óptica 2África e a consolidação do Programa Espacial Nacional, com a comercialização da capacidade do Angosat 2.
“Bem como a preparação das condições técnicas para a instalação da Televisão Digital Terrestre e a interligação do nosso país com os países fronteiriços via fibra óptica terrestre”, frisou.
O dirigente referiu que no capítulo das redes de telefonia móvel, observou-se um crescimento significativo entre os anos 2021 e 2023, na ordem dos 59,2% em termos de assinantes e uma taxa de penetração por 100 habitantes de 75,55%, correspondendo a um crescimento de 28,8% em igual período.
Relativamente ao acesso à Internet, explicou que o crescimento registado é, igualmente, significativo e no período em análise o número de subscritores atingiu a cifra de 11.250.250, sendo que a taxa de penetração passou para 33%.
Sublinhou que existe uma expansão significativa na acessibilidade e no uso de serviços de telecomunicações no país.
Para João Lourenço, o aumento na taxa de penetração da telefonia móvel e da Internet é um indicativo positivo de inclusão digital e de desenvolvimento económico, pois facilita e agiliza o acesso à informação, educação, serviços financeiros e oportunidades de negócios.
“Em alinhamento com o Plano de Desenvolvimento Nacional, continuaremos a investir nas infra-estruturas e nos serviços digitais por forma a atingirmos os objectivos nele plasmados rumo à diminuição da infoexclusão, bem como na transformação da nossa economia numa economia digital, proporcionando uma melhor qualidade de vida aos nossos cidadãos”, prometeu.
João Lourenço ressaltou que o Executivo que dirige está empenhado na expansão e modernização da rede nacional de banda larga em fibra óptica, no desenvolvimento do Programa Espacial Nacional, na construção e operacionalização do Data Center do Governo, na melhoria do ambiente regulatório e legal, para que seja mais atractivo para o investimento privado nacional e estrangeiro.
Por outro lado, o Titular do Poder Executivo garantiu a contínua transformação do país num hubregional, servindo os países da região e não só, contribuindo, assim, para o desenvolvimento das economias destes países.
“A presença de inúmeras startups neste evento reflecte não só a pujança e a força da nossa juventude e empreendedores, mas também a nossa estratégia de apoio às mesmas, transmitindo as competências digitais necessárias, desenvolvendo as suas capacidades, facilitando os procedimentos para a criação de start-ups e promovendo o empreendedorismo”, disse.
Sector social com mais resultados visíveis
Por sua vez, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, disse que o Angotic 2024 serve para demonstrar as potencialidades do país, no domínio das tecnologias de informação e comunicação, bem como as invenções tecnológicas que serão apresentadas por parceiros.
“Na presente edição, espera-se a participação de 128 startups, 29 moderadores nacionais, 74 oradores internacionais e 15 mil visitantes. Contaremos com um centro de apoio de empreendedorismo, secção de formação particularizando a formação em satélite e matérias ligadas a constituição e outras”, detalhou.
Para este governante, a Angotic poderá ser uma janela tecnológica para o mundo e com ela mostrar as potencialidades, necessidades tecnológicas, bem como busca de parcerias e conhecimentos com ecossistema internacional e caminhar com passos seguros para a transformação digital da economia, proporcionando o bem-estar para o povo.
Mário Oliveira apontou o sector social como o que tem mais resultados visíveis tal como, instalação de centros de Internet em espaços públicos, instalação de centros de telemedicina em hospitais e centros de saúde, bem como a digitalização dos serviços públicos.
Com a implementação do “Projecto Conecta”, será possível entrar em directo via Internet com novas localidades no nosso país como são os casos das províncias do Uíje, nas Grutas do Nzenzo; Zaire, na Matimba; Cuanza Norte; Bengo, em Bula Tumba; Cuanza Sul, na Quirimba, e no Cunene.
A estas províncias juntam-se outras como o Bié, Lunda Norte, Lunda Sul, Cuando Cubango e Moxico, onde não havia qualquer serviço de telecomunicações, igualmente com Lusaca, na Zâmbia, utilizando o satélite Angosat 2. De sublinhar que a Angotic 2023 contou com 63 empresas expositoras e oito não expositoras, 90 startups, 160 prolectores e o seu centro de apoio ao empreendedor recebeu 150 visitas às secções temáticas.
Os dados estatísticos indicam ainda a passagem de 12 mil visitantes. As visitas ao centro de apoio ao empreendedorismo permitiu o cadastramento de 20 empresas e a emissão de 11 certificados.
As estatísticas indicam que 12 empresas deram entrada de processos para obtenção de crédito e constituídas sociedades, juntam-se o volume de negócios.