Activo cresce, crédito segue o mesmo rítmo e margem financeira alarga em mais de 8%, mas ex- posição cambial trama BFA e lucros caem 10,2% em 2022
O Banco de Fomento de Angola (BFA) apresentou resultados positivos de 140,4 milhões de kwanzas, abaixo dos 156,4 milhões registados em 2021, conforme o relatório e contas de 2022 recentemente apresentado. Os números do relatório do BFA, a que OPAÍS teve acesso indicam que os lucros do banco caíram 10% de um ano para o outro, apesar dos desempenhos positivos no activo total que se ficou pelos 2,7 mil milhões de kwanzas, registando, portanto, um crescimento de quase 3%.
Este crescimento está associado a um desempenho positivo do crédito, segmento em que o banco está muito bem posicionado no mercado, em que cresceu 11% e se ficou pelos 586,5 milhões de kwanzas, resultando também num crescimento do rácio de transformação, que mede a relação entre o crédito a clientes e os depósitos de clientes, para 23,1%, bem como o desempenho positivo dos produtos bancários. Os produtos, que se referem às comissões e toda a forma de ganhar dinheiro que o banco tem, que cresceram 11,5% e chegaram aos 269 milhões de kwanzas no ano em questão.
Isto num cenário em que a margem financeira cresceu 8,4% Mas nem tudo são coisas positivas, os lucros caíram 10,2%, sabe o OPAÍS de fonte credível, muito por conta da exposição cambial a que o banco está sujeito, que levou a desvalorização de alguns dos activos do banco e afectou negativamente o resultado apresentado no fim das contas. Mas indo ao detalhe, percebe-se que os activos, que no geral cresceram, também registaram algumas quedas específicas, assim, a rubrica outros activos caiu dos 17,8 milhões de kwanzas em 2021 para os 17 milhões de kwanzas, por outra, a aplicações em títulos também caiu 13%, tendo se ficado pelos 1 mil milhões de kwanzas em 2022, abaixo dos 1,2 mil milhões de kwanzas registados em 2021.
Quedas que merecem atenção, já que a carteira de activos do BFA, lê-se no relatório, é composta por aplicação em títulos, que representa quase 39% do total da carteira, créditos a clientes que representa pouco mais de 15%, caixa de disponibilidades que representa cerca de 16% do total da carteira e ainda Aplicações em Bancos Centrais (BC) e Outras Instituições de Crédito (OIC), com peso de 26,8% na carteira. Aqui, notar que a rubrica aplicações em outras instituições de crédito registou um crescimento de 30,5% face ao período homólogo, o que totalizou pouco mais de 726 milhões de kwanzas em 2022.
Por sua vez, as aplicações no país tiveram um crescimento de 130,4% e atingiram um total de 291,5 milhões de kwanzas. Já as aplicações no estrangeiro fixaram-se em 434,7 milhões de kwanzas, um aumento de 1,1% face a 2021. Acresce a isso a diminuição de 9,3% do valor das imparidades, devido à redução de exposição em operações com imparidade. O passivo do banco em questão também cresceu 0,7% de 2021 para 2022 e saltou de 2,21 milhões para 2,24 milhões de kwanzas e os custos de estrutura em 2022 apre- sentam um aumento na ordem dos 1,1% face ao período homólogo.
POR: Ladislau Francisco