A Presidência da República anunciou que Angola será o país an- fitrião da 17ª Cimeira de Negócios Estados Unidos-África, que terá lugar de 23 a 27 de Junho de 2025. O evento de grande importância estratégica vai reunir líderes governamentais, empresariais e investidores de ambos os continentes, reforçando o compromisso entre África e os Estados Unidos no fortalecimento de laços económicos, comerciais e de investimento.
Esta cimeira pretende discutir e promover oportunidades de investimento, inovação e parcerias entre os sectores públicos e privados, com enfoque em áreas como infra-estrutura, energia, tecnologia, agricultura e indústria.
O evento marca um momento importante para a África e para o desenvolvimento sustentável das suas economias, enquanto estreita as relações com o mercado americano. A realização desta cimeira em Luanda é particularmente simbólica, pois coincide com o 50º Aniversário da Independência de Angola, a celebrar no dia 11 de Novembro de 2025.
O evento acontecerá num momento de grandes transformações e crescimento económico do país, solidificando a sua posição como um parceiro chave no desenvolvimen- to económico e político do continente africano.
A Cimeira de Negócios Estados Unidos-África é um fórum global que há mais de duas décadas fortalece as relações comerciais entre as empresas africanas e americanas, proporcionando uma plataforma de diálogo entre líderes e investidores, com o objectivo de catalisar novos projectos e parcerias que impulsionam o desenvolvimento económico sustentável no continente africano.
Reflexos no PIB
Segundo o economista Eduardo Manuel, a escolha de Angola como anfitrião trará impactos significativos a curto e longo prazos. “Num primeiro momento, o país atrairá investidores não apenas de África e dos Estados Unidos, mas de todo o mundo.
A longo prazo, os resultados dessa rede de contactos e investimentos se reflectirão no Produto Interno Bruto (PIB), impulsionando o crescimento económico de Angola”, afirmou o especialista. Eduardo Manuel também destacou a absorção e partilha de conhecimento durante o evento, que poderá contribuir para a melhoria da qualidade do ensino em Angola.
O economista sublinhou ainda que todos os sectores angolanos poderão beneficiar das oportunidades de investimento e parcerias discutidas na cimeira, com destaque para infra-estruturas, agricultura e indústria. “Esses sectores estão fortemente ligados à diversificação da economia. As estradas, ferrovias e energia são essenciais para o escoamento e transformação dos produtos agrícolas, criando uma oportunidade de impulsionar a produção nacional e promover as exportações”, explicou.
Financiamento de infra-estrutura
Já o economista Marlino Sambongue disse que Angola pode esperar um conjunto de impactos económicos positivos ao sediar a 17ª Cimeira de Negócios Estados Unidos-África, tanto a curto como a longo prazos. No curto prazo, o evento atrairá delegações internacionais, em- presas e investidores, gerando receitas imediatas para os sectores de turismo, hotelaria e serviços.
“A presença de milhares de vi-sitantes internacionais irá estimular, significativamente, o consumo local, o que exige uma preparação adequada para aproveitar ao máximo estas oportunidades”, destacou Sambongue.
Além dos benefícios directos, a exposição global contribuirá para a melhoria da imagem de Angola como um destino atractivo para investimentos, possibilitando que novas empresas explorem o potencial do mercado angolano.
“Este evento poderá culminar em novos contratos e parcerias que poderão acelerar investimentos em sectores estratégicos, como infra-estruturas, indústria transformadora, energia e tecnologia”, frisou o economista.
A longo prazo, a cimeira pode solidificar as relações de Angola com empresas e investidores americanos, facilitando o influxo de investimentos estruturantes. Sambongue acrescenta que tais investimentos seriam cruciais para o desenvolvimento de infra-estruturas, produção industrial e inovação tecnológica.
“Um dos pontos de destaque será o fortalecimento do diálogo sobre a diversificação da economia angolana, reduzindo a dependência do petróleo e promovendo investimentos em agricultura, tecnologia e energias renováveis”, disse.
O economista acredita que in- fraestruturas como estradas, pontes, ferrovias e aeroportos, especialmente no Corredor do Lobito, serão alvos de financiamentos que irão melhorar a integração regional.
“A parceria com empresas americanas também pode resultar na expansão da rede eléctrica, especialmente para as regiões do Sul e Leste do país, através de iniciativas como a ‘Power Africa’”, sublinhou.
O sector agrícola, de acordo com Sambongue, pode atrair investimentos para modernização e aumento da produtividade, alinhando-se com os objectivos do Plano Nacional de Desenvolvimento 2023-2027. “Com terras férteis e recursos hídricos abundantes, Angola pode aproveitar o know-how dos empresários agrícolas americanos’’.
POR:Francisca Parente