O Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu adoptar o câmbio flutuante, porque no regime fixo que vigorou até ao dia 09 de Janeiro, mesmo com a alta taxa de inflação (27%), a moeda nacional – o Kwanza – mantinha o seu valor estável, facto que a torna na quarta moeda mais sobrevalorizada do mundo
Com: Angop
Em termos de sobrevalorização, o Kwanza apenas perde para as moedas da Venezuela, Síria e Iémen, segundo esclarecimentos prestados hoje pelo governador do BNA, José de Lima Massano, que fez recurso a dados apresentados recentemente por uma instituição europeia que estuda a economia no mundo.
“No final do ano passado registamos a queda das reservas na ordem de 33 porcento e mantendose as actuais circunstâncias e assumindo-se que a nível da receita tenhamos um comportamento muito semelhante ao de 2017 e a nível da despesa em moeda estrangeira se mantenha no mesmo ritmo, corremos o risco de no final deste ano registarmos uma queda das nossas reservas em cerca de 50 porcento”, justificou Lima Mssano as razões da rotura com regime de câmbio fixo.
A alteração do regime de câmbio, enquadrada nas medidas de ajustamentos monetários e cambiais, que estão em curso no âmbito do Programa de Estabilização Macroeconómica (PEM) para 2018, visa tornar a economia angolana competitiva em relação aos outros países da região, segundo o governador.
A adopção destas medidas que exige nalguns casos sacrifícios, de acordo com o gestor, constitui um exercício necessário que visa proteger a economia e proteger a sociedade e ao mesmo tempo parte do processo de torna-la mais competitiva.
Em função do regime de câmbio flutuante adoptado desde o dia 09 de Janeiro deste ano, o Kwanza já se desvalorizou 25 porcento em relação ao Euro e perdeu 18 porcento do seu valor para o Dólar. Hoje um Euro está ser cambiado a 248,77 kwanzas, enquanto cada Dólar está agora fixado em 203, 61 kwanzas. No regime fixo, um Euro estava fixado em 188 euros, enquanto o dólar custava 166 kwanzas.