Este valor coloca Angola como o 10.º destino preferencial dos investimentos portugueses, entre 62 países, embora registe uma redução de 8,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A queda reflecte uma tendência que vem desde 2014, quando o investimento alcançou o seu pico histórico. Apesar de excepções em 2021 e 2022, anos marcados pela saída de Angola da recessão, a diversificação dos investimentos portugueses, para além do sector petrolífero, apresenta-se como uma oportunidade significativa.
Conforme a Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola (CCIPA) e o embaixador de Portugal em Angola, os sectores com maior potencial para novos investimentos incluem agro-indústria, agro- pecuária, indústria farmacêutica, sector alimentar, transportes e distribuição de energia.
Segundo o presidente da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), citado pelo Barómetro dos Gestores em Angola, as indústrias agro-alimentar e farmacêutica estão entre as mais promissoras.
Ainda assim, a estratégia de Angola para reduzir as importações e incentivar a produção nacional apresenta desafios para empresas exportadoras. Isso exige adaptações por parte das empresas portuguesas, embora a forte conexão cultural e a presença consolidada no mercado angolano ofereçam vantagens.
Números que reforçam a parceria Actualmente, cerca de 5 mil em- presas portuguesas exportam para Angola, enquanto mais de 1 250 empresas com capital português ou misto actuam directamente no país.
Sectores como agro-indústria, construção civil, energia renovável, tecnologia, telecomunicações, metalomecânica, água e saneamento e indústria farmacêutica destacam-se pela presença portuguesa.
O sector da construção civil é apontado como relevante, em- pregando milhares de trabalha- dores, maioritariamente angolanos, segundo o documento, e reforça a contribuição portuguesa para o desenvolvimento económico local.
Portugal e Angola continuam a fortalecer os laços económicos por meio de acordos bilaterais. Em 2023, foram assinados 13 novos pactos, incluindo o Programa Estratégico de Cooperação 2023/2027 e o aumento da linha de crédito empresarial de 1,5 mil milhões para 2 mil milhões de euros.
Esses acordos abrangem áreas como segurança alimentar, políticas do mar, normas europeias na área espacial, formação de jornalistas e financiamento de projectos estratégicos.
O primeiro-ministro português destacou, cita o documento, que o país está “de braços abertos” ao investimento angolano, reforçando a importância da relação bilateral.
Um mercado estratégico para Portugal
Como a terceira maior economia da África Subsaariana e segundo maior produtor de petróleo do continente, Angola mantém-se como um mercado prioritário para Portugal.
Em 2022, o país foi o segundo maior fornecedor de Angola, representando 10,7% do total das importações angolanas, atrás apenas da China.
Apesar da retração no IDPE, a cooperação económica entre os dois países continua a evoluir, com parcerias estratégicas que ampliam oportunidades de negócios e reforçam a histórica relação entre as duas nações.
POR:Francisca Parente