Esse resultado referente ao I semestre de 2024 reflecte um quadro de saídas constantes de capital do país para o exterior, sem a contrapartida de entradas que pudessem equilibrar a balança de investimentos.
No primeiro trimestre deste ano, os dados apontam uma nova saída de 9,4 milhões de dólares, enquanto no segundo trimestre o saldo negativo foi de -6,3 milhões de dólares, de acordo com a folha de cálculos do BNA Esses valores indicam que as empresas angolanas continuam a expandir-se para mercados externos, embora enfrentem dificuldades em atrair capital estrangeiro que compense as respectivas saídas.
O sector não-petrolífero é o mais afectado, registando saldos negativos contínuos durante o período em análise. Em 2023, a saída de capital deste sector foi de 33,4 milhões de dólares, sem registos de entrada de capital estrangeiro.
No primeiro trimestre de 2024, o saldo foi negativo em -9,4 milhões, e no segundo trimestre a tendência de queda se manteve, com um déficit de -6,3 milhões de dólares.
Sector petrolífero
Por outro lado, os dados referentes ao sector petrolífero mostram um quadro diferente, com uma ausência de investimento angolano no exterior e um foco em atrair capital para o próprio país.
Nos primeiros seis meses de 2024, o investimento directo em Angola, impulsionado pelo sector petrolífero, apresentou resultados positivos e crescentes. O saldo do sector petrolífero no primeiro trimestre foi de 497,5 milhões de dólares, subindo para 452,7 milhões no segundo trimestre, totalizando um superávit que compensa parcialmente as saídas de capital no sector não-petrolífero. Embora o investimento angolano no exterior apresente um saldo negativo, o investimento directo em Angola mantém um quadro positivo.
Saldo
No total, o investimento estrangeiro no país apresentou um saldo de 491,2 milhões de dólares ao fim do primeiro semestre de 2024. Esse montante foi composto maioritariamente por entradas de capital no sector petrolífero, que atraiu 452,7 milhões de dólares no segundo trimestre.
Já o sector não-petrolífero teve um saldo positivo de 44,8 milhões de dólares no mesmo período, ainda que em volume bem menor comparado ao sector de hidrocarbonetos.
Em 2023, o investimento directo total em Angola foi de -2 153,0 milhões de dólares. No entanto, o início de 2024 apresentou uma inversão nesta tendência, sobretudo no sector petrolífero.
Investimentos
No primeiro trimestre, o investimento directo no país foi de 497,5 milhões de dólares, com 452,7 milhões direccionados ao sector de petróleo e gás, indicando a resiliência e a atractividade desse sector para o capital estrangeiro. Os dados apontam para uma clara diferença na performance entre o sector petrolífero e o nãopetrolífero.
O sector petrolífero continua a dominar as entradas de capital estrangeiro, enquanto o sector não-petrolífero enfrenta dificuldades para atrair investimentos internacionais.
Nos seis primeiros meses de 2024, o sector não-petrolífero não realizou investimentos directos no exterior e registou apenas uma entrada modesta de capital no território nacional, resultando num saldo positivo de 44,8 milhões de dólares.
A ausência de investimentos angolanos no exterior no sector petrolífero e o baixo desempenho do sector não-petrolífero na balança de investimentos reflectem uma concentração de capital e de oportunidades no mercado interno, especialmente no segmento de hidrocarbonetos