Os produtos que mais contribuíram para esse aumento foram o carapau congelado, farinha de trigo, cachucho congelado, carne de vaca e gasosa
O Índice de Preços Grossista (IPG) continua a apresentar uma tendência de crescimento, atingindo uma variação mensal de 2,97% no período de Janeiro a Fevereiro de 2024, segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Essa taxa é 0,05 ponto percentual superior à registada no período anterior e 1,79 pontos percentuais superior em relação ao mesmo mês do ano anterior, o que aponta uma subida contínua dos preços.
A variação homóloga de Fevereiro de 2024 situa-se em 29,94%, representando um aumento de 13,64 pontos percentuais em comparação com o mesmo período do ano passado. Essa tendência ascendente é uma preocupação para a economia do país, uma vez que a inflação global do mês de Fevereiro deste ano foi de 2,97%. Durante o mês de Fevereiro deste ano, os preços dos produtos nacionais aumentaram 2,84% em comparação com o mês anterior, com destaque para as indústrias transformadoras, que registou o maior aumento de preços com 2,89%.
Os produtos que mais contribuíram para essa variação foram o carapau congelado, farinha de trigo, cachucho congelado, carne de vaca, gasosa, entre outros. Por outro lado, os preços dos produtos importados também registaram um aumento de 3,01% em relação ao mês anterior, com influência da variação de preços verificada novamente nas indústrias transformadoras com 3,02%.
Neste caso, destacam-se produtos como o arroz branco agulha, açúcar de cana, carne de porco, carne de vaca, massa alimentar, entre outros. A inflação global do mês de Fevereiro de 2024 foi de 2,97%, sendo os produtos importados os principais responsáveis por essa tendência, contribuindo com 2,21 pontos percentuais, enquanto os produtos nacionais representaram 0,76 ponto percentual.
Preços atingem 2,58% Ainda segundo o INE a inflação relativa ao consumidor nacional subiu em termos mensais 2,58%, isto é, de Janeiro a Fevereiro deste ano, de acordo com a folha de informação rápida. Comparando as variações mensais (Janeiro a Fevereiro de 2024), os dados apontam para uma aceleração de 0,09 pontos percentuais, ao passo que, em termos homólogos (Fevereiro 2023 a Fevereiro 2024), registou-se uma aceleração na variação actual de 1,72 pontos percentuais. Segundo os dados estatísticos, as províncias que registaram maior variação nos preços foram Luanda com 3,45%, Cabinda com 2,20% e Huíla com 2,09%, sendo que as províncias que registaram menor variação nos preços foram Moxico com 1,58%, Lunda Norte com 1,65% e Bié com 1,71%.
A classe alimentação e bebidas não alcoólicas foram as que registaram o maior aumento de preços, com uma variação de 3,12%. Destacam-se também os aumentos dos preços verificados nas classes de saúde com 3,06%, bens e serviços diversos com 2,89% e vestuários e calçados com 2,71%. De acordo com o INE, a inflação em Angola continua a aumentar, atingindo o patamar mais alto em quase dois anos, com um aumento de 24,07%. Essa é a décima vez consecutiva que a inflação regista um aumento, assinalando uma tendência preocupante para a economia do país. Desde Setembro de 2018, quando a variação mensal atingiu os 2,69%, que a oscilação não era tão intensa, sobretudo na província de Luanda, onde os preços aumentaram 3,45% face a Janeiro.
Essa tendência ascendente nos preços tem impactos significativos nos consumidores e nas famílias, aumentando o custo de vida e reduzindo o poder de compra da população. A variação homóloga de 24,07% representa um acréscimo de 12,53 pontos percentuais face ao mês de Fevereiro de 2023, tendo sido a classe alimentação e bebidas não alcoólicas a que mais contribui para esta subida. Este aumento contínuo da inflação representa um desafio significativo para as autoridades económicas angolanas, que precisam de implementar medidas eficazes para controlar a escalada dos preços e proteger o poder de compra dos cidadãos.
POR: Francisca Parente