O Governo trabalha na catalogação e identificação dos recursos turísticos, ao mesmo tempo que diz estar a criar as condições de investimentos de que se precisam para transformar o turismo em verdadeiro produto e serviço de consumo.
O governante sustenta que, com isso, se quer, cada vez mais, gerar rendas e emprego para os cidadãos. Daí ter sugerido um esforço tendente ao reordenamento do turismo, criando, para tal, áreas de interesse e identificando potenciais pontos turísticos como instrumento de organização de um modelo de investimento para o sector em referência.
Neste dia- pasão, Augusto Laurindo Kelikemala ressalta que, tal como acontece no sector petrolífero, em que o investimento é acompanhado por criação de condições previamente, há que accionar esses elementos, de modo que os investidores encontrem, de resto, um quadro que satisfaça os seus interesses.
“E assim conseguimos atrair parcerias público-privadas, que vão nos ajudar na criação de infra- estruturas de apoio a todos esses recursos naturais e turísticos que nós temos”, frisou. Considera essencial que se tenha uma adequada promoção do mecanismo «Destino Angola», de maneira a criar condições para que Angola seja conhecida como um destino preferencial de excelência e, deste modo, aumentar o fluxo de turistas.
Agentes turísticos ainda apontam factores que, na óptica deles, condicionam o turismo, como o mau estado das estradas, deficiência de algumas infra-estruturas, para citar apenas estes, sendo certo que há mais.
O secretário de Estado admite, sim, a existência desses problemas e justifica que o turismo é um sector transversal, garantindo estar em curso algumas iniciativas para debelar grande parte daquilo que se elenca, tendo realçado que há acções que não dependem só do seu departamento ministerial. “Actuamos em coordenação com todos os demais sectores da Construção e Infra-estruturas. Podemos falar da criação de rede viária, energia, água …
Todos esses requisitos são necessários para que cheguem às áreas”, refere, assegurando esforço de coordenação com diferentes departamentos ministeriais para garantir investimentos sustentáveis. “Reconhecemos que existe ainda este caminho a percorrer. Já estão a ser feitas várias iniciativas neste sentido.
Como eu disse, o esforço de reordenamento que o ministério pretende desenvolver, com a criação de áreas de interesse turístico, também vai facilitar isto e trazer um elemento novo, que são as parcerias público-privadas. Já criamos várias áreas de interesse turístico, o caso do Mussulo”, salienta. Entretanto, há outras áreas para as quais se deve, igualmente, olhar, citando, a título de exemplo, a Baía dos Tigres, em Benguela.
A ideia é catalogá-los e, acto contínuo, criar um modelo de ordenamento que facilite tanto o investimento público quanto o privado, sobretudo no que se refere à instalação de infra-estruturas. “Benguela tem um potencial muito grande no turismo de sal e mar.
Os 200 quilómetros de praia e, se nós formos a olhar aqui, para o sul, há um conjunto de praias que se pode considerar como destino turístico”, aponta. Nessa de atrair investimentos para o sector, o Governo deposita confiança no Aviso Número 9 do Banco Nacional de Angola.
O secretário de Estado para o Turismo diz ser um sinal de que as instituições financeiras estão empenha- das em garantir um acesso a crédito em condições favoráveis para o desenvolvimento do turismo.
Deste modo, refere que o desenvolvimento de pequenas iniciativas e empreendedorismo no sector ficam salvaguardados com a existência de uma rede de protecção financeira à boleia do aludido aviso. “É uma oportunidade que apelamos a todos os investidores que utilizem para esses projectos”
Hotéis de angola aponta problemas
O presidente da plataforma Hotéis de Angola, Jorge Nunes, de- fende a necessidade de se recuperar grande parte das unidades hoteleiras desactivadas por força da crise que afecta o sector hoteleiro um pouco por Angola.
O responsável admite que uma boa parte de empresários passa por muitas dificuldades, ao lembrar que, para o caso particular de Benguela, o turismo tem sido afectado pela deficiência das vias de comunicação, que se apresentam em avançado estado de degradação. “Neste momento, Benguela precisa de mais soluções de mobilidade”, sustenta Nunes, promotor do fórum, acrescentando que a província precisa, também, de apostar na componente formativa.
Com o fórum, que reuniu vários players do sector, pretendeu-se alcançar vários resultados, entre outros, o estabelecimento de parcerias entre empresários, na perspectiva de inverter o actual quadro de crise enfrentado pelo sector – sustentou Jorge Nunes, em declarações à imprensa.
POR:Constantino Eduardo em Benguela