O ministro angolano dos Transportes, Ricardo de Abreu, afirmou, na cidade do Lobito, à margem da reunião da Agência de Facilitação de Transporte e Comércio, que Angola está satisfeita com os primeiros sinais de dinâmica, no âmbito da gestão do Corredor
Ricardo de Abreu cita como exemplos dos primeiros sinais de dinâmica o acordo entre Angola, Zâmbia e República Democrática do Congo (RDC) e a assinatura do contrato de concessão para o Terminal Polivalente, cuja operação começa já a partir de Janeiro.
Depois da reunião tripartida da Agência de Facilitação de Transporte e Comercio do corredor do Lobito, o ministro Ricardo de Abreu assegurou que a Lobito Atlântic Railway, o consórcio de três empresas gestoras, já está a trabalhar e o governante projecta 2024 como o ano para se começar a sentir o impacto do trabalho realizado pelo Governo angolano.
À assinatura de concessão para a gestão do Terminal Polivalente do Porto Comercial do Lobito, o ministro Ricardo de Abreu junta, igualmente, a visita de Estado que o Presidente da República, João Lourenço, efectuou, recentemente, aos Estados Unidos, em que se reafirmou o compromisso norte-americano para este Corredor.
O financiamento a ser feito, tanto pelos Estados Unidos da América quanto pela União Europeia, resumir-se-á em dois domínios, designadamente na expansão do corredor (garantindo a ligação ferroviária entre Angola e a Zâmbia, e melhoria das infra-estruturas na República Democrática do Congo) e o projecto rodoviário nas telecomunicações.
“Está aqui uma oportunidade muito grande para o desenvolvimento dessas infra-estruturas de facilitação do comércio e crescimento económico. E, nesse domínio, temos esse suporte por via de um acordo assinado em Bruxelas entre os três países e também o suporte americano, União Europeia e o Banco Sul Africano de Desenvolvimento”, afirmou.
De acordo com o governante, há também o interesse manifestado pelo Banco Mundial em financiar um conjunto de infraestruturas que podem ter uma contribuição indirecta para o desenvolvimento do corredor, particularmente no domínio logístico.
“Aí outro número de iniciativas em outros sectores da economia, particularmente o agro-negócio, indústria e serviços. Pensamos que estamos no caminho certo para garantir que este Corredor possa, de facto, trazer benefícios nos nossos três países, mas também da região e no mundo”, projecta.
RDC e Zâmbia reiteram compromissos A RDC garante estar a dar vários passos para a revitalização do Corredor do Lobito.
O representante do ministro dos Transportes deste país, Roger TE- Biasu, lembra que já em 1960 o Corredor se afigurava como a via para o escoamento de minérios do seu país para a Europa e, até, para as américas.
Neste sentido, o Governo congolês tem uma série de projectos, razão por que está a reabilitar e construir novas infra-estruturas para dar apoio ao corredor económico.
“Por isso mesmo, o povo da RDC está satisfeito com a reabertura deste corredor do Lobito”, sublinhou o governante congolês, em declarações à imprensa, momentos depois da reunião tripartida.
Recorde-se que o presidente da RDC, Félix Tshisekede, tinha revelado, no Lobito, na cerimónia de assinatura da concessão para a gestão do Corredor do Lobito, que no seu país faltava reabilitar pouco mais de 200 quilómetros de linha férrea.
Da parte zambiana, conforme esclareceu também à imprensa o seu ministro dos transportes, Museba Frank Tayili, foram também registados avanços significativos, fundamentalmente na parte Noroeste do país, que é a região de Copebelt, onde se regista a existência de minerais a serem transportados ao longo do corredor.
A Zâmbia reitera o seu compromisso para o Corredor. O governante sustenta que, a 14 de Dezembro deste ano, o parlamento zambiano ratificou um documento relacionado com o corredor, no âmbito da integração daquele país da SADC.
“E isto é um passo importante da integração e o envolvimento da Zâmbia para todo este processo do corredor do Lobito.
Podemos dizer que a Zâmbia está empenhada para o desenvolvimento do Corredor e avanços nos trabalhos para os desafios que se avizinham”, considera.