O ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, disse que o Governo está a projectar o Caminho-deFerro de Moçâmedes (CFM) para dinamizar a economia da região sul do país, com a exploração do Corredor, que compreende as províncias do Namibe, Huíla e Cuando Cubango. Para se alcançar tal desiderato, segundo o responsável ministerial, já está em curso uma série de acções desenvolvidas pelo governo, tendentes à melhoria de todo os equipamentos técnicos adjacentes ao CFM, com realce para a requalificação da baía de Moçâmedes.
A reabilitação da baía abrange também o Porto do Namibe, a construção de um terminal de contentores, a construção de um porto mineraleiro na localidade do Sacomar, cujas obras observam um grau de execução física de 42 por cento. Conforme o ministro dos Transportes, para além destas acções técnicas, estão em curso outras mais burocráticas, em que se destaca as negociações entre os investidores nacionais e internacionais interessados na exploração do Corredor do Sul.
Ricardo de Abreu disse que o governo angolano, por via do Ministério dos Transportes, pretende ligar o Sul do país com o resto da região austral de África, por via do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes. No âmbito deste processo, informou que os procedimentos para a exploração do Corredor poderão ser conhecidos nos próximos tempos quando forem realizados os actos concursais para o mesmo.
“Na sequência daquilo que temos vindo a fazer na implementação e activação dos nossos corredores, já foi aprovado o Decreto Presidencial 42/2023, para a dinamização do Corredor Sul. Estamos a desenvolver trabalhos preliminares para o lançamento do concurso internacional que poderá decorrer ainda este ano entre os meses de Junho e Julho”, reforçou. Por outro lado, Ricardo de Abreu disse que o sector que dirige está igualmente a trabalhar na definição do modelo económico e financeiro, as características técnicas necessárias quer de melhoria da actual infra-estrutura e da sua expansão na definição do modelo jurídico-legal que vai dar suporte à concessão, quer no plano de comunicação.
“A ideia aqui será a de incluirmos nas obrigações do concessionário a extensão desta linha férrea de Menongue até ao Rivungo, passando por Mavinga, e também responder ao compromisso regional de estender o Caminho-deFerro de Môçamedes até à fronteira com a Namíbia”, projectou o responsável. Sublinhou que a diferença desta concessão em relação ao Corredor do Lobito reside no facto de ser a primeira muito mais consubstanciada na capacidade interna, e de não estar dependente da dinâmica regional. Por isso, entende que o modelo é mais fácil de concretizar e mais independente.
Fórum Regional
O governo quer que a exploração do Corredor Sul alavanque a economia regional, de um modo particular, e do país, de forma geral. Para o efeito, o ministro dos Transportes disse, durante a visita do Presidente da República à província do Namibe, que com as obras de restauro da Baía de Moçâmedes, concretamente no Porto do Namibe, os investidores nacionais já começaram a realizar os trabalhos preliminares. Ricardo de Abreu anunciou a realização do 1.° Fórum Regional que vai decorrer a partir do próximo dia 24 do mês em curso na cidade de Moçâmedes, capital da província do Namibe.
Segundo o governante, este 1.° Fórum Regional, em que vão participar os Governadores das Províncias do Cuando Cubango, Huíla e Namibe, vai servir para demonstrar e debater as potencialidades de desenvolvimento da cadeia de valores do corredor. “Os próprios interessados em investir neste corredor estão já no terreno a fazer o seu trabalho, seja os concessionários mineiros, seja os operadores logísticos.
Em coordenação com o Governo Provincial do Namibe, nós vamos ter aqui, na próxima semana, os três outros governadores daqui da região para termos um debate sobre como dinamizar economicamente este corredor” revelou. As obras de requalificação da Baía de Moçâmedes, iniciadas em Setembro de 2022, decorrem a bom ritmo,- com uma execução física de 42 por cento. A previsão é de que as mesmas sejam concluídas até Dezembro do próximo ano.