A discussão da estratégia do ENSAN II assenta na promoção do acesso equitativo de alimentos em quantidade e qualidade, a optimização do uso de recursos financeiros e ambientais na produção, processamento, bem como assegurar a disponibilidade de produtos nutricionais terapêuticos e suplementares nas unidades de tratamento nutricional.
Estes pronunciamentos foram feitos ontem, em Luanda, pelo director Nacional da Agricultura e Pecuária, Manuel Dias, durante a abertura de um workshop. Segundo o director, com esta iniciativa, o Governo responde aos novos desafios de segurança alimentar e nutricional que possibilita articular os programas e acções em curso nos vários departamentos ministeriais, no sector privado, academia e na sociedade civil, como medidas de orientação estratégica, para um quadro de concertação e maximização dos resultados, fazendo da segurança alimentar uma responsabilidade colectiva.
Considerou que o encontro acontece num momento em que o país enfrenta riscos, choques ambientais persistentes, resultantes de fenómenos hidrometeorológicos, entre os quais estiagens, cheias e doenças que têm causado danos às terras aráveis agricultáveis e nas regiões de pastorícia.
Dados indicam que o país fez o lançamento oficial dos diálogos sobre sistemas alimentares e das consultas públicas regionais para elaboração do ENSAN II em Julho de 2021.
O processo envolve instituições, academia, sociedade civil e os parceiros com o objectivo de promover um sistema alimentar sustentável capaz de erradicar a fome e de alimentar os angola- nos adequadamente.
Por seu turno, o representante interino da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Paulo Dias, considerou o workshop um marco significativo que demonstra o alto compromisso do Governo e seus parceiros em enfrentar os desafios complexos relacionados com a promoção da segurança alimentar e nutricional e a melhoria da qualidade de vida dos angolanos.
Lembrou, por outro lado, que o recente Relatório sobre a Situação de Segurança Alimentar no Mundo, publicado em meados de 2023, mostra um quadro sombrio, e referiu que, actualmente, cerca de 735 milhões de pessoas passam fome, um aumento de 122 milhões em relação ao período anterior à pandemia da Covid-19.