O milho é o cereal mais produzido em Angola, com três milhões de toneladas por ano, constando entre os produtos que o Executivo definiu para a sua reserva alimentar em Dezembro de 2021
O ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, anunciou ontem, em Luanda, que Angola vai deixar de importar o milho para a Reserva Estratégia Alimentar (REA) ainda durante o presente ano.
“Decidimos que era importante fazer o fomento da produção agrícola para o fornecimento de alguns produtos da REA, felizmente podemos anunciar que para 2023 já não vamos precisar importar milho para a reserva, que é extraordinário”, avançou.
Victor Fernandes, que falava durante o Programa de lançamento de Autossuficiência Alimentar da Agricultura, promovido pelo Grupo Carrinho, salientou que para chegarem a esta decisão, em um ano de fomento agrícola, foi determinante a insistência e conhecimento que o ministro da Agricultura, António de Assis, colocou no projecto, assim como o apoio técnico da entidade a quem foi ad- judicada.
Nesta senda, referiu que os produtores nacionais vão poder vender o excedente da sua reserva e o mercado poderá beneficiar deste fomento. Entretanto, advertiu que será a REA que vai ser o operador da absorção de toda produção nacional, incluindo um instrumento que vai comprar uma parte da produção. Sem avançar a quantidade que se- rá comprada aos nacionais, o governante pediu aos demais produtores que cultivam os itens que fazem parte da lista de produtos da Reserva Estratégica Alimentar para que possam, igualmente, fomentar a produção para que deixem de importar para fazer o stock da reserva.
“É importante ter a noção de que se 90% dos produtos que comemos vem da agricultura familiar, os agricultores familiares têm de ser apoiados”, disse, tendo apela- do aos empresários a investirem no segmento industrial, como é o caso de fábrica de equipamentos para a agricultura. Por outro lado, disse que tem recebido críticas porque ainda não se conseguiu criar as condições para a montagem de uma fábrica que produza catanas, machados e outros instrumentos essências para os agricultores.
A este respeito, entende ser necessária a criação de condições para que o ambiente de negócios possa potencializar a existência de em- presas, destacando o papel Esta- do angolano e do Titular do Poder Executivo no processo, assim como a decisão na compra de produtos nacionais para a REA. O Executivo procedeu ao lançamento da Reserva Estratégia Alimentar em finais de Dezembro de 2021, uma iniciativa que visa regular o mercado e influenciar a baixa de preços de produtos alimentares essenciais que integram a cesta básica. Com o início desta operação foram colocados de imediato no mercado, numa primeira fase, até 354 mil toneladas de alimentos.