Falando à imprensa, no final de uma visita de campo ao Centro de Consultas Integradas, em Benguela, o governador provincial de Benguela, Nunes Júnior, garante que a circular externa, que vai ligar as cidades do Lobito às da Catumbela e Benguela, orçada em mais de 500 milhões de dólares, vai evitar constrangimentos no tráfego rodoviário.
Júnior diz haver um financiamento já garantido, constante no OGE/2025, e, por isso, manifesta-se esperançado de que, no próximo, que começa dentro de dias, a obra vá mesmo arrancar. “Isto vai fazer com que os fluxos de circulação, na cidade de Benguela, sejam mais fluidos, menos congestionados e será um investimento que vai permitir o maior conforto para as pessoas”, considera.
O governador admite que a implementação do projecto vai exigir demolições ao longo do seu percurso, porém tranquiliza, com o argumento da existência de um «orçamento total» aprovado, que prevê todas essas nuances, no âmbito da implementação do projecto, ao salientar, neste particular, que o bolo orçamental faz face a todos os custos envolventes.
“Todos os custos que o projecto envolve devem ser observados”, disse, acrescentando que o financiamento obtido para o aludido empreendimento deverá cobrir tudo aquilo que for necessário, a fim de que o projecto seja posto em funcionamento no tempo e “com qualidade que todos nós queremos “
O projecto da circular externa, pensado na fluidez do trânsito, sobretudo para permitir deslocações rápidas para bombeiros, tem suscitado vários debates em conselhos de auscultação social e no das comunidades, iniciados no governo de Luís Nunes, por via de quem o financiamento foi obtido.
Conselheiros têm acentua- do a necessidade de as vítimas de desalojamentos virem a ser com- pensadas como deve ser. As obras vão estar a cargo do consórcio de empresas que executa o projecto do plano emergencial de Benguela. Falta de qualidade de atendimento em centros de saúde preocupa.
O governador Nunes Júnior reclama não ser fácil atingir um nível de satisfação em sectores como saúde e educação, sustentando que até países com níveis de desenvolvimento manifestamente superiores aos de Angola também encontram enormes dificuldades nesse quesito. Porém, não obstante essa condicionante, sugere que se continue a dar passos firmes, a fim de que se venha a ter a saúde desejada.
O governante manifesta- se preocupado com a qualidade dos centros e postos médicos espalhados um pouco pela província, desejando, pois, que, nesses locais, se preste ao cidadão/utente um serviço capaz de corresponder às expectativas.
“Se os nossos postos e centros médicos tiverem serviços com alguma qualidade, isso vai fazer os hospitais de referência, a nível da província, sejam menos pressionados e poderão ter um serviço melhor, porque a pressão, quando é grande, a tendência é haver algumas deficiências no serviço que se presta”, elucida, ao sinalizar que, dispondo as unidades sanitárias primárias de níveis adequados, o recurso aos hospitais terciários será reduzido e, por conseguinte, prestar- se-ão serviços com mais qualidade.
“Aí teremos um ganho de todo o sistema, por isso é que nós estamos a apostar muito nos centros e postos médicos e há vários que estão a ser construídos , para melhor os cuidados primários de saúde, porque é a base de tudo”, resume.
O governador de Benguela visitou o centro de consultas integradas, o antigo dispensário, uma infra-estrutura reabilitada e ampliada graças à doação de empresários e parceiros internacionais.
Manuel Nunes Júnior admite que a unidade em causa vai carecer de aumento da força de trabalho, assegurando estar a ser tudo feito para o seu normal funcionamento, ao mesmo tempo que prevê, para os próximos dias, a sua inauguração.
Numa primeira fase, conforme apurou este jornal, a unidade vai funcionar com 70 profissionais, entre médicos, enfermeiros e técnicos de diagnóstico, prevendo atender mais de 100 utentes ao dia.
POR:Constantino Eduardo, em Benguela