A fazenda de Camaiangala privatizada, em 2019, no quadro do Programa de Privatizações (PROPRIV), voltou para a esfera do Estado, por incapacidade produtiva da nova gestão, revelou, ontem, o director do Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas do Moxico, António Maia Sandjesse.
Implantada numa área de 18 mil metros quadrados, a Norte do município de Camanongue, o empreendimento de agro-pecuária passou a ser gerida pelo grupo FF Empreendimentos, após ter assinado um contrato de adjudicação avaliado em USD 10 milhões, contra os USD 55 milhões do custo da construção da infraestrutura.
Segundo a fonte, após a aquisição do empreendimento, o gestor apostou, no mesmo ano, na produção de cereais, tendo colhido 340 toneladas de milho, das mil 200 previstas.
De lá para cá, a produção agrícola foi baixando gradualmente até à fase de inoperância em que se encontra actualmente. António Sandjesse disse que, após um estudo e estado de inoperância por alegada falta de financiamento, o Estado recuperou a fazenda, estando a criar mecanismos para abrir um novo concurso empreendimento.
“Pelo facto de a empresa não ter honrado o pagamento na totalidade, de acordo com o contrato firmado com o Ministério das Finanças, o Estado recuperou a fazenda”, explicou.
A fazenda Camaiangala, localizada entre dois rios (Cassai e Luxia), é um projecto agrícola concebido pelo Estado angolano, no âmbito do programa de combate à fome e redução da pobreza, para produzir milho, feijão, soja e carne, de acordo com a Angop.
O projecto tem uma infra-estrutura com 3 mil 300 metros quadrados de espaço residencial, incluindo uma residência com diversos dormitórios, restaurante, escritório entre outras áreas.
A fazenda reunia três componentes, nomeadamente uma agrícola de produção de grãos (milho e soja), uma agro-industrial centrada na produção de fuba de milho para consumo humano, rações e uma pecuária de criação de suínos, ligada também a um matadouro.
Relativamente à fazenda Sacassange, implementado numa área de 9 mil metros quadrados, sob gestão do grupo GAPPIL, após a sua privatização em 2018, o dirigente disse que esta tem funcionado de forma parcial, com registo de uma “ligeira produção” com aposta no milho e criação de animais, apesar de estar longe do pretendido.
Nos próximos tempos, aquela fazenda, localizada na zona Sul da cidade do Luena, poderá ser reforçada com 15 mil pintos, para a criação e fomento de animais.