O abate indiscriminado de árvores para o fabrico de madeira está a contribuir para a devastação da Reserva Florestal do Golungo Alto, província do CuanzaNorte, segundo denúncia feita, ontem, pela administradora municipal, Maria Inácio Jerónimo.
A responsável referiu que acção humana está também a provocar alterações climáticas na região, provocando o aumento da temperatura ambiente. “Diariamente, saem do município entre dois a cinco camiões cheios de madeira talhada, com destino à capital do país (Luanda)”, sublinhou. Falando durante o workshop sobre “Educação Ambiental”, promovido pelo Gabinete Provincial do Ambiente, Gestão de Resíduos e Serviços Comunitários, Maria Inácio Jerónimo disse que as empresas ou cidadãos que fazem a exploração de madeira não deixam qualquer contrapartida decorrente da actividade ao município.
Apontou a comuna da Cerca como a localidade com maior número de exploradores ilegais de madeira, revelando que, recentemente, foi encontrada uma caravana de mais de 12 camiões cheios de madeira talhada. Além do corte desenfreado de árvores para a produção de madeira, a administradora também apontou o fabrico do carvão de cozinha e a caça furtiva como outros problemas que afectam o município.
Maria Inácio, citada pela Angop, defendeu maior responsabilização criminal e sensibilização dos prevaricadores pelos órgãos do Estado, considerando a preservação do meio ambiente como uma tarefa de todos, onde a educação ambiental constitui um instrumento necessário e modificador.
A educação ambiental, continuou, actua na melhoria da relação do homem com a natureza, promovendo reflexões acerca dos problemas ambientais. “Essa reserva florestal precisa de ser conservada e preservada, porque ano após ano vai perdendo a sua beleza e riqueza pela acção humana”, alertou, frisando que a Reserva Florestal do Golungo Alto constitui um verdadeiro viveiro de espécies vegetal e animal.