O ministro do Economia e Planeamento, Mário Caetano João, afirmou que há maiores investimentos no meio rural, sobretudo depois da Covid-19 e dos problemas que alguns fornecedores europeus passaram a ter para assegurar bens alimentares
Na sua abordagem, durante a 9ª edição do “Café CIPRA”, com o tema “A indústria e o fomento da empregabilidade”, o ministro da Economia e Planeamento revelou que “para aumentar a empregabilidade foram aprovados 3 mil projectos nas zonas rurais nos últimos anos ”. Mário Caetano João realçou que depois da pandemia da Covid-19 e algumas dificuldades com fornecedores na Europa, o Executivo passou a prestar maior atenção às zonas rurais, maior centro de produção alimentar.
Nesta senda, citou os programas do Executivo, designadamente o Planagrão, Planapesca e Planapecuária que, segundo o ministro, vão custar aos cofres do Estado USD 5,6 milhões . Segundo o ministro, os projectos em causa vão dar outra dinâmica à empregabilidade no meio rural. “50% do peso da inflação está relacionado com a alimentação. São produtos da cesta básica”, disse, augurando por uma maior estabilidade. Ainda sobre a empregabilidade, o governante reconheceu que 75% da força de trabalho é informal e grande parte dela está concentrada em Luanda.
Igualmente, participante na mesa-redonda, o ministro do Comércio e Indústria, Vítor Fernandes, defende que se não tiver- mos muito e boas infra-estruturas para a indústria ninguém vem cá investir. “E é isso que o Executivo está a fazer, a criar infra-estruturas”, assinalou, acrescenta- do que “ se calhar vêem os oportunistas”, atirou. Ainda assim, realçou o facto de ter havido melhorias significativas no domínio da energia eléctrica nos últimos cinco anos, minorando as dificuldades dos investidores. “Os principais pólos industriais, como são os casos de Viana e da Catumbela, têm energia de forma ininterrupta. Hoje, o nosso grande problema é capital humano. Vamos continuar a importar capital humano, ao mesmo tempo que formamos. Aliás, as grandes potências também importam capital humano”, disse.
Indústria no topo da AIPEX
O Presidente do Conselho de A Agência de Investimento Priva- do e Promoção das Exportações (AIPEX), Lelo Francisco, referiu que do ponto de vista da estratégia da instituição que representa, a indústria está no topo em termos de atracção de investimentos. “O nosso foco é a indústria de processamento alimentar. Há também empresários que estão a sair do comércio para a indústria, o que pode representar um sinal de confiança no mercado”, considerou. Para já, avançou a possibilidade de 581 projectos serem realizados nos próximos tempos, e poderão gerar mais de 54 mil postos. 12 mil é o número de projectos já implementados.
Lelo Francisco nega que as taxas fiscais sejam a principal causa de muitos investidores não se sentirem atraídos pelo mercado angolano. Como exemplo, citou o caso da Lei de 2003 que assegurava incentivos fiscais para quem fosse investir no interior, em províncias como Cuando Cubango, Moxico, Cunene, e nas Lundas Norte e Sul. Em todo o caso, essas regiões não receberam investimentos substanciais. “A questão das taxas não sei se se pode colocar quando te- mos incentivos para o interior e 80% dos investimentos são feitos em Luanda. Portanto, não é uma questão hoje”, considerou.