Outra grande dificuldade que os armadores dizem estar a encontrar tem que ver com a compra do combustível que é feita directamente das bombas e transportadas para as embarcações
O armador António de Matos disse que a falta de centros de apoio à pesca artesanal periga a qualidade do pescado, reforçando que o sector pesqueiro necessita de locais para o desembarque e manuseamento do pescado. Falando ao jornal OPAÍS por ocasião da visita do ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, em visita às empresas de pesca, que aconteceu esse Sábado, 9, António de Matos disse que a falta de centros de apoios tem feito com que alguns armadores tragam o pesca- do de pontos distantes e conservem com formol.
é um conservante a gás, estável e inflamável muito utilizado para a manutenção das propriedades de animais mor- tos, que o interlocutor considera ser um produto inapropriado para a conservação do pescado. Para mudar este quadro de conservação do pescado com produtos inapropriados, o membro da Associação de Pesca Artesanal, Semi- Industrial e Industrial de Luanda (APASIL) defende a existência de locais apropriados para a venda do pescado, tal com o mercado do São Paulo, em Luanda.
“Temos de ter muito cuidado com o sistema de vigilância, descarga, as infraestruturas na pesca artesanal”, advertiu. O também empresário lembrou que existe um centro de apoio à pesca na Ilha de Luanda que não funciona, daí ter lembrado ao Executivo a necessidade da activação do espaço e criação de outros para permitir o consumo de produto fresco e com qualidade, no país.
Outra grande dificuldade dos armadores tem que ver com a compra do combustível, que é feita directamente das bombas e transportado para as embarcações. Realçou que isso força cada responsável de embarcação a levar o produto em bidões até as embarcações, o que tem causado problemas com a Polícia, que muitas vezes associam o acto com o contrabando de combustível. A solução, segundo o interlocutor, passaria pela colocação de bombas de combustíveis junto a pontes cais para facilitar a tarefa dos armadores.
Organizar indústria pesqueira
De salientar que o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, em visita às empresas de pesca, reconheceu a existência de um enorme potencial no tecido empresarial angolano para diversificar a economia nacional, sem necessariamente criar novos segmentos de negócios, dando robustez às empresas que já operam em Angola. Durante a visita às empresas de pesca constatou-se que o país continua a privilegiar as importações, em detrimento dos produtos nacionais disponíveis no mercado interno.
Segundo José de Lima Massano, é necessário que se inverta esse cenário para potenciar a capacidade de produção das empresas já existentes.Para isso, recordou que o Governo já tomou algumas medidas no sentido de se consumir, essencialmente, os produtos feitos em Angola, um exercício que vai continuar, com apoio financeiro, acesso ao mercado por parte das empresas, entre outros instrumentos económicos, visando ter maior oferta de bens e serviços, aumento de postos de trabalho e assegurar a sustentabilidade da economia nacional.
Considerou o sector pesqueiro vital, por produzir um dos alimentos mais consumidos no país, facto que exige ter uma indústria mais organizada. Para isso, avançou, é necessário criar capacidades internas para produzir os meios e equipamentos de processamento do pescado localmente.