“Uma indústria deste porte tem, permanentemente, necessidade de peças sobressalentes. Essa permanência de peças de substituição requer que tenhamos uma abertura para que os Bancos comerciais facilitem as nossas transacções”
POR: Borges Figueira
A presidente do Conselho de Administração da Fábrica de Cimento do Cuanza- Sul(FCKS), Emanuela Vieira Lopes, revelou na última Sexta-feira, na cidade do Sumbe, que a escassez de cambiais condicona o arranque das operações. Segundo a gestora, o Bancos Internacional de Crédito (BIC), o Banco de Fomento Angola (BFA) e o Banco Económico (BE) estão entre os principais causadores da paralisação da FCKS.
Para Vieira Lopes, o problema do fuel já está resolvido. Contudo, os bancos têm que se comprometer a agilizar a liberalização das facturas da fábrica de cimento há muito paralisada por factores diversos, para que se reinicie a produção. “Nós tivemos como grande preocupação a questão do fuel, mas, paralelamente ao fuel, nós tivemos a maior das preocupação, que é a questão das divisas. Portanto, uma indústria deste porte tem necessidade, permanentemente, de peças sobressalentes. Essa premência de peças de substituição requer que tenhamos uma abertura para que os bancos comerciais facilitem as nossas transacções. Nesta altura, temos em vários bancos comerciais várias facturas há algum tempo, valores equivalentes a 300 mil Euros para que sejam compradas peças sobressalentes necessárias para o arranque do funcionamento do forno, o que é extremamente necessário.
Porém, até ao momento nós não temos tido sucesso com os bancos e continuamos à espera, a pressionar e a correr atrás da situação, de modo a que os bancos nos facilitem naquilo que são os pagamentos em termos cambiais conformes à solicitação da nossa fábrica”. Havia sido prometido para o dia 26 do mês de Março o arranque da fábrica, mas a PCA diz não te sido possível devido à falta de peças sobressalentes e de refractários (referindo-se ao pessoal que trabalha no forno), por isso, não há horizonte temporal para que a fábrica volte a produzir cimento: “Nós tínhamos como data prevista do lançamento do primeiro saco o dia 26, mas não foi possível, porque não havendo peças sobressalentes nós não podemos arriscar arrancar com a máquina sem que haja essas peças para socorrer a fábrica a qualquer momento”. Outra grande preocupação de Emanuela Lopes tem a ver com a necessidade de vistos para os estrangeiros que, embora em número reduzido, trabalham com vistos de turistas: “Olhe, em relação aos expatriados, o número é extremamente reduzido, mas é necessário levar em linha de conta a questão dos vistos.
Nós precisamos de obter vistos de trabalho e até ao momento ainda continuamos a trabalhar com vistos de turismo. Nós não podemos manter os funcionários e são especialistas em áreas específicas com vistos de turismo. Se nós não tivermos uma facilidade na obtenção de vistos de trabalho, isso também acaba por complicar toda a actividade. Também pedimos à própria comissão encarregue junto do Ministério para trabalhar no sentido de haver uma facilitação. Pedimos também apoio ao senhor governador no sentido de pressionar o Ministério do Interior, a fim de haver uma facilidade direccionada aqui para o Cuanza-Sul”.
A preocupação dos responsáveis da fábrica de cimento situada no Chandongo tem merecido acompanhamento directo do governador da província, general Eusébio de Brito Teixeira, que se tem desdobrado em contactos permanentes com a banca, no sentido de se ultrapassar a situação vigente. Um dado novo a considerar tem a ver com a redução do valor de fuel por litro, que antes era pago a Akz 71.00, passando agora a custar Akz 50.00, valor que é considerado ainda alto devido ao preço da transportação e ao mau o estado das estradas.