Segundo a Presidente do Conselho de Administração do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA), Felisbela Francisco, os mais de seis mil milhões financiados, até ao momento, alcançaram um número de 1.838 agricultores, que chegaram a gerar um resultado produtivo no mercado nacional de nove mil e 155 toneladas de diferentes produtos como o arroz, o milho, trigo, batata rena, cebola, tomate e alho.
Ao intervir na Reunião de Balanço sobre a implementação dos memorandos de entendimento celebrados entre o Fundo e os diversos parceiros no ramo agrícola, que aconteceu ontem, em Luanda, Felisbela Francisco esclareceu que as seis primeiras empresas beneficiadas, com os valores acima referenciados, fazem parte de um grosso de 13 fazendas denominadas como âncoras pelo FADA.
Essas empresas foram formadas no âmbito do estabelecimento de parcerias estratégicas pela instituição agrária. A representante aproveitou a ocasião para explicar que o encontro com diversos agricultores serviu também para mais um momento de reflexão e uma oportunidade para se consolidar as bases de um futuro promissor para a agricultura familiar em Angola.
Felisbela Francisco reconheceu que os memorandos que têm sido assinados nas acções do FADA são instrumentos que têm desempenhado um papel crucial na consolidação das parcerias, que não só viabilizam a mobilização de recursos financeiros, como também permitem a criação de um ambiente favorável na transferência de conhecimento técnico, fornecimento de insumos e equipamentos agrícolas e apoio logístico.
No processo de financiamento aos agricultores, não só tem havido progressos. Felisbela Francisco admite e fala das dificuldades que, em muitos casos, têm a ver com o asseguramento de uma logística toda, preparação de terras, movimentação de máquinas às terras cultiváveis e, no final, a falta de documentação dos candidatos ao financiamento promovi- do pela organização.
“Muitos dos nossos agricultores familiares não possuem uma identificação, mas os nossos parceiros têm apoiado no tratamento deste problema, que os habilite ao acesso ao financiamento. Um outro problema tem a ver com o acesso às terras, bem como a sua legalização”, frisou.
O FADA refere que o encontro com as empresas âncoras faz parte da materialização dos objectivos estratégicos, definidos no Primeiro Pilar do Plano referente ao Fomento e Diversificação da Produção Agropecuária, e na implementação de uma das medidas contempladas no Programa de Aceleração da Agricultura Familiar e Reforço da Segurança Alimentar , também designado “OSI” YETU. Uma estratégia inovadora.
O secretário de Estado para a Agricultura, Castro Camarada, avaliou de forma positiva a maneira como o FADA tem providencia- do o financiamento aos agricultores, tendo classificado a estratégia da instituição, ao estabelecer parcerias, como sendo inovadora, para o apoio às famílias e o desenvolvimento do sector. Castro Camarada reconheceu o facto de haver, em Angola, uma grande proporção de agricultores com poucos rendimentos para desenvolverem as suas actividades, considerando que as sinergias feitas pelo FADA com as empresas âncoras permitem a transferência de tecnologias para os agricultores.
“Ao se construírem estas sinergias com as empresas âncoras, elas permitem passar alguma tecnologia para esses produtores e, ao mesmo tempo, garantirem a aquisição dos seus serviços”, disse o secretário de Estado para a Agricultura. Acrescentando que o intercâmbio entre o FADA e as empresas âncoras é significativo na medida que os balanços apresentados pelas próprias cooperativas são positivos, o que irá ajudar a acelerar o progresso da agricultura familiar e trazer valor adicional ao sector.
Quanto aos desafios dos próximos anos, o governante enumerou a questão da inserção de mais mulheres na actividade agrícola, melhoramento das infra-estrutura e a criação logística para facilitar o processo de escoamento dos produtos.
Colheita de mais de duas mil toneladas
Por sua vez, Alberto Capamba, promotor agroindustrial de projectos de produção de processamento alimentar na província do Huambo, como um dos beneficiários do FADA, faz um balanço positivo da estratégia desenvolvida.
O representante empresarial fez saber que, como uma empresa âncora, tem trabalhado como sendo uma indústria para os agricultores localizados no interior da província do Huambo. Conforme Alberto Capamba, convênio da sua empresa com o Fundo Agrário vem suprir muitas necessidades que os camponeses apresentam para o aumento à produção e absorção de mais famílias para os campos. Adianta que, no âmbito desta parceria, já beneficiaram cerca de 125 agricultores associados e 15 cooperativas. Foram colhidas cerca de duas mil 144 toneladas e vendidas 30 por cento do cultivo, numa área de trabalho de 755 hectares.
POR: Adelino Kamongua