O Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA) já desembolsou, este ano, 3,7 mil milhões de kwanzas em projectos estratégicos nos subsectores de logística, transporte, armazenamento, conservação e processamento agro- alimentar
Este investimento é par- te de um montante global de 5 mil milhões de kwanzas destinados a apoiar as micro, pequenas e médias empresas, através da modalidade de capital de risco, onde o FACRA toma uma participação temporária no capital social das empresas beneficiadas por um período que pode variar entre três e sete anos.
Em entrevista a este jornal, o chefe de Departamento de Gestão e Acompanhamento de Projectos do FACRA, José Paulo, detalhou que foram aplicados critérios rigorosos na selecção dos projectos financiados.
“Para ser elegível, o produtor deve já estar operando com uma empresa activa. Os do sector dos transportes precisam possuir uma frota já em operação, enquanto os envolvidos no processamento agroalimentar devem demonstrar uma iniciativa prévia de processamento de produtos agrícolas.
Além disso, o gerente e o proprietário devem ser preferencialmente cidadãos angolanos e ter uma contabilidade organizada, demonstrando que a actividade é regularizada e profissionalizada”, explicou José Paulo.
José Paulo também mencionou os planos futuros do FACRA, apontando que a equipa está, actualmente, a trabalhar no encerramento do semestre para visitar as províncias do Namibe e Cabinda, com o objectivo de desembolsar novos financiamentos até ao final do quarto trimestre deste ano ou no início do primeiro trimestre de 2025.
“Estabelecemos um valor médio de 250 milhões de kwanzas por projecto, mas esse montante pode ser ajustado conforme as necessidades específicas de cada iniciativa. Temos financiado projectos com valores que variam de 149 milhões a até 361 milhões de kwanzas, sempre focados na viabilidade e impacto do projecto financiado”, afirmou.
263 postos de trabalho
Os benefícios concretos desse investimento são notáveis. “Até agora, geramos 263 postos de trabalho, ampliamos as frotas dos operadores de transporte e observamos um aumento na capacidade de produção e entrega, como é o caso de um produtor de morangos na Huíla, que conseguiu expandir significativamente a sua base de clientes devido ao maior suporte financeiro dado pelo FACRA”, destacou o responsável.
Os sectores de logística e agroalimentar têm recebido atenção especial do FACRA, com 15 projectos já apoiados, dos quais oito já foram financiados em províncias como Benguela, Bié, Huíla e Luanda. “Para os próximos tempos, já seleccionamos projectos em Malanje, Cabinda e no Namibe”, acrescentou José Paulo.
O responsável sublinhou ainda a importância do cumprimento das obrigações fiscais pelos beneficiários. “Estamos à espera que os promotores regularizem as suas pendências com a AGT e a Segurança Social. Assim que recebermos essas declarações, procederemos ao desembolso dos valores aos futuros projectos”, concluiu.
O FACRA, com uma taxa de juros de 7,5% ao ano e um período de carência de até 12 meses, continua a ser um pilar essencial no apoio a empresas com elevado potencial, contribuindo para a diversificação da economia nacional e o fortalecimento de setores estratégicos.
POR:Francisca Parente