No âmbito do concurso público para a privatização das unidades industriais instaladas na Zona Económica Especial (ZEE), acontece dentro de uma semana o concurso público para alienação das fábricas Indutubos e Mecametal, conforme anunciou ontem, em Luanda, o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE)
O chefe de Departamento de Privatizações do IGAPE, João Sionguele, disse que foi feita uma auscultação com os potenciais empresários interessados nas unidades fabris, na sequência da publicação da autorização do Presidente da República, por força do Despacho 232, para avançar com a privatização de seis unidades.
João Sionguele sublinhou que já existe interessados na aquisição das infraestruturas e o próximo passo passa por dar seguimento efectivando com o lançamento do concurso neste mês. “Muitos empresários interessados já estão dentro da actividade metalomecânica tanto como na fabricação de tubos de HDPE e acreditamos que teremos sucesso no concurso e continuar a interagir para que as condições estejam criadas para o lançamento do concurso”, explicou. A modalidade escolhida foi o concurso público aberto para nacionais e estrangeiros com alienação, que passa pela venda dos activos que engloba os equipamentos e todo espaço.
“O concurso será via leilão eletrônico e no acto teremos os preços de referência das unidades”, disse. Já o representante da Sonangol, Leandro Quipungo, avançou que as fábricas estão paradas como consequência do processo de alienação das unidades indústria , sendo a Fábrica de Mecametal há cinco meses e a Indutubos há um ano.
O director de suporte técnico operacional da Sonangol Investimentos e Indústria, Jorge Finda, acredita que as indústrias Indutubos e a Mecametal quando forem reactivadas vão representar uma mais-valia no país. Referiu que a Indutubos permite ter tubagem para atender as necessidades da EPAL e com capacidade de exportar para outros mercados africanos. “A unidade fabril, além de fabricar, também faz manutenção preventiva dos equipamentos no interior da ZEE”, disse. A nave dispõe de um espaço de mais de 11 mil metros quadrados. Já a área de lote mais de 30 mil metros quadrados.
Empresários preocupados com a mão-de-obra
O director geral da empresa de Comércio e Serviços, Lda (ICOS), Paulo Oliveira, referiu que as indústrias têm potencial e quando estiverem a funcionar vão contribuir para a produção nacional. Na sua opinião, a empresa tem espaço suficiente e está bem projectada, apesar dos equipamentos precisarem de manutenção para voltar a funcionar. Segundo o responsável, a unidade está bem localizada e será uma mais-valia, destacando interresse na aquisição da infraestrutura. “Temos de pensar na formação e isto obriga-nos a ter custos elevados porque são áreas em que cada vez mais é difícil arranjar técnicos”, disse.
Já o responsável da empresa Casa Nova, Amim Herji, salientou que pretende explorar outras oportunidades no mercado nacional no sector industrial. “Temos interesse na aquisição porque é um monstro adormecido que deve ser revitalizado”, disse, lembrando que as referidas indústrias são o suporte para o desenvolvimento das infra-estruturas no país.