Anuário de estatísticas de comércio externo 2022 mostra que exportações batem as importações, economista avalia positivamente desempenho, mas sinaliza para necessidade de aposte séria nos factores de produção, para que outros produtos tenham tanto peso nas exportações quanto o petróleo
Angola exportou o equivalente a 21 biliões de kwanzas em 2021, cerca de USD 39 mil milhões, contra os 23 biliões de kwanzas exportados em 2022, cerca de USD 42,7 mil milhões, registando um aumento de pelo menos 2 biliões de kwanzas de um ano para o outro. Os números materializam uma variação positiva de perto de 10%, como mostram os dados do Anuário de Estatísticas de Comércio Externo-2022 do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Um movimento positivo na exportação que não foi seguido pela reexportação, que refere-se ao facto de um país, território, região ou cidade importar produtos e exportá-los em seguida, já que esta registou um movimento negativo de 2021 para 2022. Os dados mostram que a queda de um ano para o outro rondou os 234 mil milhões de kwanzas, cerca de USD 400 milhões, uma redução de mais de 30% das reexportações, como mostram os dados.
Por outro lado, as importações se ficaram pelos equivalentes a 7,1 biliões de kwanzas, cerca de USD 13 mil milhões em 2021, contra os 8,1 biliões de kwanzas, ou seja, USD 14 mil milhões registados em 2022, segundo os dados do INE a que OPAÍS teve acesso. Aqui, há uma boa nova ligada à reimportação, já que esta se ficou pelos 18,9 mil milhões de kwanzas em 2022, bem abaixo dos 35,8 mil milhões de kwanzas registados em 2021. Os dados permitem perceber que o volume das exportações é bem maior que o das importações. Em 2021, o saldo foi positivo de 13,8 biliões de kwanzas, enquanto em 2022 o saldo foi de 14,9 biliões de kwanzas.
A OPAÍS, o economista Marlino Sambongue referiu que é positivo termos um registo de saldo positivo no rácio exportação versus importação, mas a economia só vai se tornar robusta de facto quando conseguirmos que outros itens tenham tanto peso nas exportações quanto o petróleo.
Para o economista, é preciso que se aposte com alguma seriedade nos factores de produção, para posteriormente avançarmos para a exigência da qualidade necessária para virem a se tornar produtos exportáveis. “O Governo tem algumas iniciativas, muito boas, mas há que criar condições para que os privados se interessem e consigam se movimentar no sentido de fazerem acontecer a economia”, referiu.
POR: Ladislau Francisco