Estatísticas de comércio externo do INE mostra relação comercial desequilibrada com Portugal e atestam que Malásia é dos países aos quais os angolanos menos compram ou vendem
As exportações angolanas ficaram pelos 8,2 biliões de kwanzas no terceiro trimestre de 2022, enquanto no quarto trimestre do mesmo ano as exportações caíram para 5 biliões, como mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes ao comércio internacional. A redução nas exportações é de mais de 3 biliões de Kwanzas de um trimestre para o outro, o que representa uma queda de cerca de 40%. A reexportação acompanhou o ritmo, já que caiu dos 142 mil milhões registados no terceiro trimestre de 2022 para os 134 mil milhões registados no quarto trimestre do mesmo ano.
Por outro lado, as importações ficaram pelos 2,1 biliões de kwanzas no terceiro trimestre de 2022, tendo se mantido estável no quarto trimestre com registo de 2,3 biliões de kwanzas. Mas aqui o registo das reimportações é diferente, já que se registou um crescimento de 268 milhões registados no terceiro trimestre de 2022 para os 1,4 mil milhões de kwanzas no quarto tri- mestre do mesmo ano. Apesar do desempenho que indica um encolher das exportações do terceiro para o quarto trimestre do ano de 2022, o saldo, ou seja, a diferença entre as exportações e as importações, foi positivo de 2,6 biliões de kwanzas, resultado de um total de exportações de 5 biliões de kwanzas, contra um to- tal de importações de 2,3 biliões de kwanzas.
Ásia lidera destino das exportações
Entre os destinos das exportações angolanas, a Ásia é o continente líder, tendo recebido um total de 2,9 biliões de kwanzas, portanto mais de 58% do total exportado no período. O que faz sentido já que a China é o maior cliente do petróleo angolano. Seguem-se o continente Europeu, que recebeu o equivalente a 750 mil milhões de kwanzas, um aumento de pouco mais de 9% no comparativo com o trimestre anterior, enquanto a América do Norte, nomeadamente Canadá e EUA, recebeu o equivalente a 149,6 mil milhões de kwanzas.
Nestes dados, chama atenção a evolução do continente africano, que recebeu no quarto trimestre, o equivalente a 136 mil milhões de kwanzas em exportações angolanas. Apesar de ser o continente que menos exportações recebeu no comparativo com outros, África registou um crescimento de mais de 43% nas exportações, a maior variação no comparativo com os demais continentes. Quanto aos destinos das exportações angolanas, a China lidera com grande margem, sendo seguida pelos Países Baixos e a Índia, com 510,4 mil milhões de kwanzas e 455,2 mil milhões de kwanzas, respectivamente.
Na cauda desta lista, Portugal recebeu de Angola o equivalente a 82,5 mil milhões de Kwanzas, apenas próximo da Malásia que recebeu o equivalente a 94,3 mil milhões de kwanzas. Nas importações a história é outra. A China reaparece na liderança, com o equivalente a 437,2 mil milhões de kwanzas pagos pelos angolanos pelos produtos chineses, mas está ladeado de outros países, nomeadamente Coreia do Sul e Portugal, com 302,9 e 258,6 mil milhões de kwanzas, repectivamente. Na cauda dessa lista estão a Malásia e a Indonésia, onde os angolanos compraram pouco mais de 46,5 e 74,3 mil milhões de Kwanzas no quarto trimestre de 2022.
POR: Ladislau Francisco