O balanço do 4.º trimestre de 2024, comparado com o trimestre anterior, foi apresentado ontem, em Luanda, pelo Ministério dos Recursos Naturais, Petróleo e Gás, com resultados da variação do preço do mercado no mercado internacional.
De acordo com o secretário de Estado dos Petróleos, José Barroso, alguns fatores do mercado internacional estão a concorrer para a volatilidade do preço, nomeadamente, a “ameaça” de Trump de inundar o mercado, o aumento da produção de Cazaquistão e da Líbia, são alguns dos fatores que estão a concorrer para a baixa de preços, por se criar um sentimento de mais oferta que procura.
Lembrou que, no dia 7 de outubro, o Brant atingiu o preço mais alto em 2024, ao chegar aos 81 dólares. José Barroso disse que, apesar dos fatores referidos, o Brant registou um preço médio de 74,75 dólares no 4.º trimestre de 2024, valor ainda positivo para a economia angolana e que espera que a tendência se mantenha.
O responsável notou também que os principais destinos do petróleo bruto angolano, no período em análise, foram a China com 51%, a Índia com 12% e a França com 6%. Já os dados anuais provisórios indicam que o país arrecadou 31 mil milhões de dólares.
Segundo o diretor do Gabinete de Estudo, Planejamento e Estatística do Ministério dos Recursos Naturais, Petróleo e Gás, Alexandre Garrett, são dados que poderão ser atualizados quando bem analisados com a Administração Geral Tributária (AGT).
Alexandre Garrett esclareceu também que a gestão das receitas é da responsabilidade do Ministério das Finanças, respondendo à questão sobre o destino da diferença entre o preço do OGE e o comportamento com tendência crescente.
Para 2025, O Ministério dos Recursos Naturais perspectiva alcançar a produção definida no Orçamento Geral do Estado. Mas, por ser um mercado volátil, vai depender também dos fatores externos, como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, e os conflitos no Médio Oriente.
Gás contribuiu com 2 mil milhões de dólares.
No dia de ontem, 23, o Ministério dos Recursos Naturais, Petróleo e Gás também apresentou os dados sobre a exportação do gás. Em 2024, o país exportou um total de 4, 6 milhões de toneladas métricas, valorizadas em 2,6 mil milhões de dólares. Este volume representa um crescimento e 2,3%, comparativamente a 2023.
Angola encaixou 2 mil milhões de dólares, com a exportação de 4, 6 milhões de toneladas métricas de gás, sendo que o volume de gás exportado em 2024 representa um crescimento de 2,3 comparativamente a 2023.
Para este produto, a Índia foi o principal destino das exportações do LNG, com cerca de 53% do volume total. De notar que as exportações realizadas no período em análise representam uma diminuição de 5,73%, em relação ao trimestre anterior.
Contudo, em termos de valor bruto comercializado no 4.º trimestre, observou-se um aumento de aproximadamente 5%, em comparação ao período anterior e cerca de 29% em relação ao trimestre homólogo, ou seja, de 2023. Este crescimento resultou do aumento verificado no preço do gás natural no mercado internacional.
Para o gás natural, os principais compradores foram o Reino Unido, 20%, a Índia, 19%, e outros destinos. Relativamente ao gás butano ex- portado, tem apenas a República da Namíbia, como único destino.
POR:José Zangui