Os combustíveis fósseis são poluentes e bastante nocivos à saúde humana e, do ponto de vista dos custos operacionais para a geração de electricidade, não agregam valências tecnológicas ao capital humano devido ao custo elevado, segundo a fonte.
O director do Departamento de Energias Renováveis fez estes pronunciamentos ao intervir numa conferência sobre o assunto, em representação do ministro João Baptista Borges.
Para o responsável, Angola é um importante produtor de petróleo, mas também reconhece a necessidade de diversificar a sua matriz energética para enfrentar desafios ambientais e económicos das alterações climáticas, segundo a Angop.
Neste contexto, adoptou-se o uso de fontes de energias renováveis como estratégias para Angola enfrentar os desafios globais relacionados com as mudanças climáticas e melhorar a qualidade de vida da população. Relativamente às metas e acções no quadro da estratégia das energias renováveis adoptadas pelo MINEA, Landa João referiu que o país possui um grande potencial para o desenvolvimento de fontes hídricas, solares, eólicas e biomassa.
A eficiência energética na melhoria do consumo da energia, disse, é fundamental para a transição energética, podendo alcançar, por meio da implementação de políticas que incentivam práticas mais eficientes nos sectores da indústria, agricultura, produção, saúde e transporte.
Entre as acções, o director nacional do Departamento de Energias Renováveis e Electrificação Rural apontou também a electrificação rural, com a expansão das redes eléctricas para todas as regiões do país, principalmente as áreas rurais, com sistema baseado em energias renováveis e mini-redes.
“O plano de acção do sector da Energia 2023-2027, está alinhado com a implementação da agenda de longo prazo 2050, tendo como meta 72 por cento da continuidade do mix energético, com a incorporação das fontes de energia renováveis na matriz energética angolana”, lembrou.
Explicou que em relação à geração da electricidade, actualmente o país tem como fonte principal a hídrica, cujas principais barragens são Laúca com 2070 megawatts, Cambambe com 960 megawatts, Capanda com 520 megawatts e Caculo-Cabaça, em construção.
Reafirmou que se pretende atingir, até 2027, uma Taxa de Electrificação de 50 por cento, dos quais 1,2 gigawatts pico, de fonte solar, onde o mix energético atingirá 7,2 por cento na matriz energética de Angola, tendo um valor aproximadamente de 12 mil milhões de dólares norte-americano.
Mais parques solares em construção
Nos próximos anos, prosseguiu, está prevista a construção de mais parques solares para o aumento da capacidade de geração instalada de 584,50 megawatts pico, injectado na rede nacional, e 90 megawatts, com 25 megawatts de armazenamento em bateria, sendo sistema isolado.
Na sua comunicação, na referida Conferência sobre Transição Energética, Landa João avançou que o Executivo angolano tem mostrado interesse em pressionar essa transição por meio de políticas favoráveis ao desenvolvimento das energias renováveis.
De igual modo, acrescentou o técnico sénior do Departamento em causa, o Governo tem estabelecido parcerias com organizações internacionais especializadas e o sector privado, para desempenhar um papel determinante para essa transição energética.
Segundo o director, os projectos solares já implementados permitiram uma economia anual de 3 milhões de toneladas de combustíveis fósseis e, consequentemente, uma redução de emissão de dióxido de carbono na ordem dos 9 milhões de toneladas.
Essa Conferência Sobre Transição Energética foi organizada pela Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG) em parceria com a MAIRE e a Câmara do Comércio e Indústria Angola-Itália.
A mesma debateu, entre vários temas, os desafios e as oportunidades da matriz energética de Angola, os biocombustíveis e o seu impacto na descarbonização, bem como as contribuições do sector petrolífero na diversificação energética.