O ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns de Oliveira, destacou, ontem, em Luanda, que as micro, pequenas e médias indústrias (MPMI) desempenham um papel decisivo na criação de renda para as famílias, por serem o motor do desenvolvimento sócio económico nos municípios.
Ao discursar na abertura da semana da indústria “Diálogos & debates – cadeias de valor: oportunidades para as micros, pequenas e médias empresas”, sublinhou que as mesmas permitem a criação de emprego na transformação e na produção de bens de consumo, insumos, serviços e tecnologia.
Frisou que a população angolana está estimada em 34 milhões de habitantes, com uma população activa com cerca de 15 milhões de habitantes, entre os 15 e os 60 anos de idade, onde a indústria tem cerca de 4,5% do total da população activa.
Realçou que os números indicam a existência de um país cheio de oportunidades para o desenvolvimento das PMI.
Reforçou que o Executivo, no apoio as micro, pequenas e médias indústrias, tem, através da Inovação Tecnológica de Angola-IDIIA, disponíveis infra-estruturas para a indústria, que são os pólos de desenvolvimento industrial, num total de 22 em todo o país, e os parques industriais rurais que visam alavancar a indústria a nível provincial e municipal.
Estas infra-estruturas, acrescentou, são apoiadas dentro de dois importantes e fundamentais programas para o desenvolvimento da indústria.
Citou, a título de exemplo, o Programa de Formação Industrial – Formind, que visa a formação do capital humano a nível técnico para a Indústria, e o Profir (Programa de Fomento da Indústria Rural), proporcionando infra-estruturas para as MPMI.
“No âmbito do Formind temos dois centros de formação a funcionar, um em Luanda, o CFTM no Cacuaco e outro no Huambo, o Centro Fadário Muteka que, em agregado, prepararam anualmente cerca de 1.350 jovens para o mercado da indústria”, acrescentou.
Disse ser um desafio para as indústrias absorver os jovens que estão a ser preparados para participar no processo de desenvolvimento industrial do país.
Centro Industrial de Tecnologia Avançada O ministro fez saber que no próximo ano será inaugurado o Centro Industrial de Tecnologia Avançada – CITAV, com seis áreas técnicas e gestão de projectos, numa parceria com os politécnicos da Coreia do Sul e financiamento do Eximbank da Coreia do Sul.
Explicou que o CITAV terá uma capacidade para 360 alunos de longa duração (dois anos) , cerca de 1.000 alunos em formação de curta duração, 170 alunos internos para servir as restantes províncias.
Destacou que o IDIIA encetou um conjunto de parcerias com empresas e instituições no sentido de incrementar a formação industrial “on the job” , que inclui também os Serviços Penitenciários, onde será igualmente incrementada a capacidade de produção de bens a nível da indústria da madeira, equipamentos para a micro e pequena indústria, confecções e agro-indústria.
Diálogos & Debates, Cadeias de Valor, Oportunidades para as micro, pequenas e médias indústrias é o espaço criado com exposição de produtos de seis cadeias de valor da indústria.
O evento reúne os vários actores das instituições públicas e privadas, academia e os industriais para debaterem sobre as oportunidades e propostas decorrentes dos desafios que o sector da indústria encontra.