Os diamantes de Angola continuam a mostrar destaque a nível dos produtores mundiais, já que a expectativa governamental é de que o volume de produção cresça perto dos 15 milhões de quilates por ano
Tendo em conta esse indicador de produção, de 15 milhões de quilates por ano, Angola teria ainda cerca de 50 anos de produção diamantífera à sua frente, como prevê o Relatório de Conjuntura do primeiro trimestre de 2025, do Gabinete de Estudos Económicos do Banco de Fomento Angolano.
O documento realça que o sector mineiro, em particular no caso dos diamantes, teve um bom ano de 2024, bastante potenciado pela produção na recentemente inaugurada mina do Luele.
Enfatiza que no sector existe ainda bastante potencial para um aumento desta produção, havendo interesse comercial, já que as reservas foram estimadas pela En- diama em 732 milhões de quilates, não muito abaixo das reservas russas, o maior produtor mundial do mineral.
Recorda-se que o Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, avançou, recentemente, que a produção de diamantes já tinha ultrapassado 10 milhões de quilates até Novembro – marca nunca antes alcançada em Angola.
Esta produção aproximar-se-ia dos 12 milhões de quilates na totalidade do ano transato, o que colocaria Angola como o 4º maior produtor mundial, atrás da Rússia, Botswana e Canadá. Os números apurados pelo Gabinete de Estudos Económicos do BFA, por parte do Ministério das Finanças, apontam para 8,9 milhões de quilates em exportações, até Outubro de 2024, o que significou um aumento de 43,0% face ao mesmo período de 2023.
Melhorias de preços Os profissionais envolvidos no relatório consideram que, com o actual ambiente de preços retraídos no mercado diamantífero, é possível que alguma parte da produção não esteja a ser exportada já nesta altura, esperando por melhores preços, o que pode significar que a produção até Outubro seja significativamente maior do que os números reportados de exportações.
O estudo aponta dados da Sociedade Mineira do Luele, que previa que a produção em 2024 iria rondar 5,4 milhões de quilates, sendo perto de 40% da produção total do país, no ano inaugural. Há que destacar também a venda da participação da empresa russa Alrosa na Sociedade Mineira da Catoca para a Maaden International Investment de Omã.
A participação da empresa russa no capital estava a dificultar o de- senvolvimento da operação mi- neira da empresa, já que as sanções aplicadas a entidades russas têm criado problemas na comercialização dos diamantes.
O preço de exportação médio até Outubro caiu 14,7% face ao mesmo período de 2023. Parece também haver perspectivas interessantes para o futuro; o presidente da De Beers, Al Cook, confirmou em Outubro do ano passado terem identificado 8 novos kimberlitos, onde poderá ocorrer produção diamantífera, não havendo ainda confir- mação de viabilidade comercial. No caso da Rio Tinto, não há ainda desenvolvimentos concretos da exploração a ocorrer na comuna do Chiri, na Lunda Norte.
POR:Adelino Kamongua