Organização do Ecosummit fala da necessidade de muito trabalho para alcançar meta “ambiciosa e amiga do ambiente” estabelecida pelo Presidente da República, enquanto especialistas evidenciam potencial “verde” de Angola
Durante a conferência EcoSummit, os especialistas falaram da importância do mercado do carbono, que abre portas ao crédito de carbono, que nada mais é senão a redução da emissão ou a opção pelas energias renováveis.
Apontaram ainda para a possibilidade de qualquer país e qualquer pessoa integrar e dar avanços para a criação do mesmo, mas também clarificaram que há algumas áreas que são quase impossíveis de descarbonizar, são os casos da agricultura, aviação e a produção de aço e ferro.
Na visão dos especialistas, Angola tem enorme potencial que, se bem aproveitado, pode vir a se tornar uma referência no mercado do carbono, sendo que tem de apertar nas questões ligadas ao clima, fundamentalmente na perspectiva das empresas, e começar a criar condições para atender o sistema de venda para colocar Angola na linha da frente do mercado do carbono.
Por outro lado, e, questionada pelo jornal OPAÍS sobre a ambiciosa meta estabelecida pelo Presidente da República, João Lourenço, em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, aquando da participação na ferência sobre sustentabilidade, de chegar aos 77% de energia limpa até 2024, a directora da EcoEficiência, entidade organizadora da Ecosummit, Elizabeth Pereira disse ser uma meta muito ambiciosa e que vai exigir muito trabalho para que venha a ser alcançada.
A conferência EcoSummit foi organizada pela Eco-Eficiência e contou com a participação da secretária de Estado para o Ambiente, Paula Coelho, que no discurso de abertura do evento, louvou a realização da actividade que acontece na semana nacional do ambiente, com o ponto alto a ser marcado no dia 31 de Janeiro.
Enfatizou a questão das transformações climáticas que, na sua perspectiva, afectam a todos, tendo dito que eventos como o EcoSummit ajudam a pensar em soluções que passem por produzir energia limpa.
“Uma solução alinhada à visão do Executivo, mais propriamente o plano 2022-2027”.
A secretária de Estado falou das muitas demostrações de preocupação com a questão ambiental por parte do Executivo e do Presidente da República que tem se empenhado nas questões e fazendo força para a implementação do mercado do carbono e controlo das emissões e queima de gás, mas também da florestação e reflorestação, quando se dá o caso.
Sendo que, conforme a interlocutora, para a questão do gás, há um projecto-piloto, fruto do memorando assinado há dois anos com o PNUD, que ainda não está 100% concluído.
“Tem sido feito por empresas de consultoria que vão medindo o gás na atmosfera e com isso acabam gerando emprego”.