O Ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás disse, recentemente, na cidade do Lobito, província de Benguela, que o escoamento de matérias-primas consta nas prioridades do seu pelouro no presente ano económico, e salientou que a adesão de Angola à Zona de Comércio Livre de África apresenta grandes desafios ao sector.
Ao discursar no acto de abertura do Conselho Consultivo Alargado do Ministério dos Transportes, em Benguela, o responsável declarou que os objectivos do país, na senda da diversificação económica, passam pelo aproveitamento e escoamento das matérias-primas nacionais produzidas nas diversas regiões do país, sejam elas minerais, agrícolas, silvícolas ou outras. Reconheceu que são enormes os desafios para a melhoria no processo de escoamento de produtos do interior para os principais centros urbanos e comerciais.
“A maioria, senão todas as matérias- primas, não estão disponíveis nas principais cidades, mas no interior do país, para onde é necessário deslocar pessoas, equipamentos e bens variados, um desafio que requer um sistema de transportes que assegure com eficiência essas novas necessidades de mobilidade, sem o qual os objectivos de desenvolvimento não serão atingidos e o bem-estar das populações não será alcançado”, reparou. Augusto da Silva Tomás referiu igualmente que a adesão de Angola à Zona de Comércio Livre do Continente (ZCLC), assim como o protocolo que estabelece a Comunidade Económica Africana, relativo à circulação de pessoas e bens no continente, conferem ao sector grandes desafios, como é caso a implementação da já acordada política de liberalização do transporte aéreo em África.
Na óptica de Augusto Tomás, com os referidos acordos e tratados, no continente, o sector que dirige terá novos desafios impostos pela competitividade e a liberalização do mercado africano. Esses desafios passam pela qualidade dos serviços logísticos, pelas cadeias intermodais e inter-operáveis e pela implementação de novas tecnologias de informação e comunicação. “É necessário que se entenda que as aparentes ameaças deste novo contexto, as quais se poderão transformar em excelentes oportunidades para a indústria angolana de transportes, não afectam apenas as empresas do ramo, mas também os trabalhadores, tendo em conta o futuro mercado comum africano, onde técnicos qualificados disputarão postos de trabalho em qualquer Estado membro”, recordou. Augusto Tomás sublinhou que Angola deve estar preparada para competir no mercado continental, assim como para responder às ligações com os principais eixos de relacionamento comercial internacional, como o eixo Leste-Oeste, que liga a América do Norte à Ásia-Pacífico (China) e a Europa, o eixo Norte-Sul, dominado pelas relações comerciais entre o Mercosul, África Austral e a Ásia do Sul (India) com a Europa, América do Norte e a Ásia/Pacífico.