A empresa pública de Águas de Luanda (EPAL) assinou um protocolo com a banca por via do débito directo em conta, no segmento de clientes comerciais e os industriais, para a recuperação da dívida da empresa que ronda os 125 mil milhões de kwanzas, disse ao OPAÍS a administradora financeira da empresa, Eva Dinameme
A responsável esclareceu que estão na linha do protocolo o Banco Comercial Angolano (BCA) e o Keve, no sentido de permitir que grandes empresas e as indústrias possam proceder ao pagamento do consumo de água por via de um débito directo às suas contas.
Conforme Eva Dinamene, é uma experiência piloto e foram seleccionadas cerca de 200 empresas. Este número estará repartido: 100 para o Banco Keve e igual número para o BCA. “Nos próximos dias, está previsto visitas às empresas seleccionadas para que possam conhecer o protocolo assinado entre a EPAL e a banca.
Esperamos que possam aderir em massa”, disse. Eva Dinamene acredita que este protocolo vai permitir à EPAL arrecadar um volume significativo de cobranças, pelo facto de ser uma facilidade para os clientes no pagamento do consumo de água sem terem que se deslocar a uma agência.
Disse igualmente que o protocolo incide no segmento de clientes comerciais e os industriais. “Pensamos que o sucesso deste protocolo poderá ter os seus frutos nos próximos meses. Temos um feedback dos bancos onde há adesão, e é uma forma de diminuir a dívida dos clientes”, enfatizou.
Para Eva Dinamene, com a implementação do protocolo, a empresa não irá despender esforços de bater à porta dos clientes e poderá ter uma receita efectiva.
Segundo a responsável, estão a ser efectuadas visitas às empresas e, posteriormente, os clientes poderão aderir ao serviço dando uma autorização ao banco para que possa reter os valores referente à factura. Sendo que inicialmente o protocolo é direccionado para clientes que têm conta no banco BCA e no Keve e, posteriormente, poderá ser extensivo a clientes que também queiram aderir.
“Pensamos que num período de 60 dias já poderemos colher o fruto deste protocolo com a banca. Eva Dinamene disse que em 2023 teve início um processo de recuperação da dívida com instituições públicas, e decorreu um encontro com Administração Geral Tributária (AGT).
No encontro, foram aflorados a questão orçamental e os órgãos dependentes, no sentido de solicitar a advocacia para o pagamento da água nas instituições públicas. “O encontro já começou a surtir efeitos, sendo que já foi passada a lista dos devedores à AGT e estão a ser colhidos os primeiros resulta- dos”, disse.
Clientes domésticos
Grande parte da dívida actual dos clientes para com a EPAL é do segmento doméstico. Entretanto, Eva Dinamene disse que este processo não se aplica aos clientes domésticos, pelo facto de haver algumas divergências naquilo que é o consumo. Reforça que muitos domésticos ainda são taxados por estimativas e não por leituras do contador.
A responsável admite que a sensibilização para o pagamento do consumo de água é crucial, sendo necessário negociar para evitar o corte do líquido precioso, pois não interessa, para a EPAL, perder clientes ou ter custos adicionais com religação dos contadores.
De sublinhar que a empresa de águas prevê aumentar a oferta de água, por via da construção de dois novos sistemas, designa- dos por Bita e Quilonga grande, com capacidade total para 777 600m 3 /dia para atender inicialmente 7 milhões de habitantes, bem como assegurar a cobertura de 85% da população com acesso à água.
POR:Patrícia de Oliveira