O encontro realizado ontem entre o Presidente da República, João Lourenço, e os responsáveis dos principais bancos comerciais é visto pelo economista Eduardo Manuel como uma oportunidade importante para fortalecer a cooperação entre o Governo e o sector bancário privado
Segundo Eduardo Manuel, no contexto de uma economia em crise, a reunião permitiu que a banca comercial expusesse os desafios que enfrenta e discutisse estratégias para apoiar a recuperação económica do país.
O economista sublinha que o encontro realizado no Palácio Presidencial, entre João Lourenço e os líderes dos principais bancos comerciais, terá um impacto significativo, especialmente num momento em que os lucros de algumas instituições estão em declínio.
Considera a reunião como um passo positivo para melhorar a comunicação e a colaboração entre o Governo e o sector bancário. O economista Eduardo Manuel destacou que esta reunião foi uma oportunidade essencial para a banca comercial ser ouvi- da em relação aos problemas que enfrenta na conjuntura económica actual.
“Os responsáveis dos bancos tiveram a oportunidade de abordar as dificuldades que estão a enfrentar e discutir como o Governo pode colaborar para superar esta crise, com o apoio da banca comercial”, afirmou o especialista.
Eduardo Manuel sublinhou ainda que, após este encontro, espera-se uma melhoria na cooperação entre o Governo e os bancos comerciais. Essa colaboração deverá reflectir-se na prestação de melhores serviços aos agentes económicos, tanto no que diz respeito às transacções bancárias quanto na concessão de crédito, especialmente para investimentos no sector produtivo.
“Para impulsionar a economia angolana, é fundamental que haja uma maior celeridade e menos burocracia na concessão de crédito, visando a diversificação economica”, acrescentou.
Alinhamento entre o BNA e a banca comercial
Outro ponto de destaque seria a necessidade de alinhamento entre a banca comercial e o Banco Nacional de Angola (BNA), especialmente no cumprimento das exigências internacionais. Isso é crucial, sublinha, para atrair capital estrangeiro, o que pode ser vital para a recuperação económica do país.
Manuel apontou também questões que foram ou deveriam ter sido abordadas durante o encontro, como a relação actual entre o BNA e as instituições financeiras, as dificuldades dos bancos em responder à procura de moedas estrangeiras (Dólar e Euro), e como o Governo, em parceria com as universidades, pode promover o aumento de pessoal qualificado para o sector bancário.
“A cooperação entre a banca e o Governo é essencial não só para financiar a economia, mas também para aumentar a oferta de divisas e reduzir a taxa de câmbio do dólar e do euro”, explicou o economista.
Manuel sugeriu que encontros como este deveriam acontecer com mais frequência e incluir representantes de empresas de diversos sectores de actividade, para uma abordagem mais abrangente e inclusiva na resolução dos desafios económicos do país.
POR:Francisca Parente