Indústria e agricultura são os sectores visados. As pescas estão melhor posiciona- das entre aqueles que receberam investimento no âmbito do Angola Investe, que agora está em fase de regulação “coerciva”
O administrador para os Negócios do Fundo de Garantia de Crédito, Eduardo Katalahary Moamed, avançou que a carteira crítica que vem no quadro do Angola Investe possui um valor global de 30 mil milhões de Kwanzas, cujo processo de recuperação já começou.
“O Fundo de Garantia organizou um programa de saneamento desta carteira para ser resolvida em três anos. Neste primeiro ano, vamos sanear cerca de 10 mil milhões., valor que será saneado nos próximos dois anos”, revelou. Realça que este processo inclui a recuperação conjunta dos activos que serviram de colateral. Essa tarefa, avança o administrado Eduardo Katalahary Moamed, será realizada pelo banco financiador e pelo Fundo de Garantia.
“É neste âmbito que vamos usar a BODIVA. Não será alienada a empresa como tal, mas sim o activo. Vamos recuperar, por exemplo, uma fazenda e colocamos em leilão na bolsa. Quando acharmos que é possível a restruturação da empresa ou do negócio, vamos faze-lo e passar para a BODIVA”, disse. Eduardo Katalahary disse ainda que o sector das pescas é o que menos dores de cabeça dá ao fundo.
No entanto, não descarta a possibilidade de os beneficiários de crédito virem a ser formados para que percebam melhor como funciona a cadeia de negócios, sobretudo no que se refere ao capital de giro. “Muitos investidores fazem uso do dinheiro e quando chega o momento de regularizar o crédito não têm dinheiro. Precisam de formação continua para estarem melhor preparados”, admitiu.
Em relação à agricultura, reconheceu que um dos grandes problemas que prejudica os agricultores, que beneficiam da protecção do Fundo de Garantias de Crédito, está relacionado com questões logísticas, pois muitos deles não possuem condições para acomodar frutas que acabam por se estragar. Disse ainda que a agroindústria também pode jogar um papel determinante na mitigação dos riscos em termos de conservação dos produtos. Acordo assinado. O Fundo de Garantia de Crédito (FGC) e a Bolsa de Valores de Angola (BODIVA) assinaram, ontem, em Luanda, um memorando de entedimento que vai permitir a criação de condições para a as empresas obterem financiamento dos seus projectos.
A administradora da BODIVA, Cristina Lourenço, disse, durante a sua intervenção, que o memorando de entendimento vai fortalecer o mercado de capitais e é seu desejo que no curto prazo pequenas e médias empresas possam estar cota- das em bolsa. “A BODIVA é uma solução. E as empresas devem estar prepara- das para o mercado. Gostaríamos de estar aqui nesta sala, dentro de um ano, a celebrar a entrada de pequenas e médias empresas na bolsa”, disse. Por sua, Eduardo Katalahary Mohamed avançou que estão disponíveis um valor máximo de 5 milhões de dólares para cada pequena e média empresa. “O Fundo de Garantia de Crédito vai assegurar uma cobertura máxima , por cada operação de financiamento, de 75% do capital para o credor”, explicou o responsável.